Vamos apoiar a Reforma da Previdência

Bolsonaro levou pessoalmente o projeto da reforma ao Congresso, mas agora que vem a verdadeira luta. Foto: Luís Macedo/Agência Brasil

Brasília está discutindo novamente o futuro da previdência social.

É a prioridade. Sem resolver o seu desequilíbrio, não há solução para a economia.

A conta da Previdência Social, considerando INSS, servidores públicos e militares, foi de R$ 693 bilhões, só em 2018, e a diferença entre a receita e a despesa chegou em R$ 266 bilhões. Veja só: em 1995, os gastos com previdência no INSS foram de R$ 32,5 bilhões. Em 2018, foram de R$ 587,70 bilhões. Aumento de 1.580% em 24 anos. Uma média 13,4% de aumento ao ano — contra uma inflação de preços média de 6,32% ao ano.

A raiz do problema: na previdência social, quem trabalha contribui para pagar, no mesmo mês, quem está aposentado. O dinheiro entra por um lado no caixa e já sai no outro. E o Tesouro complementa o furo.

Num regime financeiro como esse, a relação entre o número de pessoas que trabalham e contribuem e o de aposentados e pensionistas é fundamental.
No lado dos ativos produtivos, de onde vem a receita, o que influencia é a taxa de natalidade. Na década de 80 eram 4 filhos por brasileira, hoje só 1,8.

Resumo: a receita só tende a decrescer.

No lado dos inativos aposentados, de onde vem a despesa, além de ter mais aposentados todos os anos, eles, felizmente, estão vivendo mais. Só nos últimos 15 anos, aumentou em 5 anos a expectativa de vida. E é normal chegar aos 85 anos hoje.

Resumo: a despesa só vai aumentar.

Sabem qual a idade média das aposentadorias no Brasil? Pois é só de 54 anos.

Pensem comigo: podemos nos dar ao luxo de manter um aposentado durante 31 anos? Aliás, ele não para. Continua a trabalhar até na mesma empresa e usa a aposentadoria como uma segunda renda.

E aí cai numa armadilha: com o salário e a aposentadoria, na maioria das vezes, dobra a renda mensal, melhora o padrão de vida, troca de carro, de casa e vive assim até uns 65 anos. Aí, cansado, decide parar, mas vê que vai ter que continuar trabalhando para manter o novo padrão de vida.

Se você, leitor, tiver o privilégio de se aposentar cedo pelo INSS, não use nenhum centavo da aposentadoria até decidir parar definitivamente. Deposite tudo numa previdência privada. Depois de 10 anos, a aposentadoria na previdência privada será igual à do INSS. E lá na frente, aos 65 anos, vai ter as duas rendas para poder viver bem até morrer.

Olha, temos que amadurecer como sociedade ao invés de só envelhecer.

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