Quanto mais cedo, melhor

Crianças passam mais de 5 horas em frente da TV e influenciam nas compras dos pais. Foto: Pixabay

A maioria das famílias brasileiras está endividada. Isso é uma prova cabal de que o brasileiro não sabe lidar com dinheiro.

E, olha, isso é fundamental no país que tem a maior taxa de juros do mundo, inflação altíssima em vários períodos de sua história e crédito abundante.

Em países desenvolvidos, ensina-se a poupar antes de gastar. Por isso, lá não se vende a crédito. Aqui, a regra é gastar antes de poupar. E isso começa cedo.

Uma pesquisa da NTS/Science apontou que, no Brasil, não só as crianças sabem o que querem como influenciam em 80% das compras do lar. Desde o carro do pai, às compras em supermercados e eletrodomésticos, eles dão palpite em tudo.

Por isso, eles são o público alvo das agências de publicidade e marketing.

O IBOPE diz que 70% dos investimentos nisso é feito nas TVs e Internet. E sabem quanto tempo, em média, uma criança fica na frente da TV diariamente? Pois incríveis 5 horas e 35 minutos.

Além de serem consumidores em formação, consumidores do presente e do futuro e, ainda, influenciarem o consumo da família, são menos preparados para resistir ao bombardeio publicitário.

Por isso, Educação Financeira deveria ser ensinada nas escolas. No mínimo, nos últimos anos dos cursos profissionalizantes e universitários.
Na ausência, vamos nós mesmos ensinar a nossos filhos o valor do dinheiro.

A partir dos quatro ou cinco anos, levar as crianças a supermercados, feiras e locais, não para comprar tudo o que pedem, mas para que percebam como funciona o processo de compra e venda é uma boa forma de educar.

O uso da mesada e o seu rigoroso controle é outra. A importância de não gastar mais do que ganha, fazer o dinheiro durar o mês todo, pesquisar preços antes de comprar e poupar 2 ou 3 mesadas para trocar de celular ou comprar roupa de grife.

Mas a mais impactante forma de educação: o exemplo dos pais.

Por isso, falar de dinheiro não pode ser um tabu em casa. É importante que haja diálogo e que todos participem do planejamento e do controle financeiro da família. E isso inclui as crianças.

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