Me perguntam se acho justa a política governamental de dar aumento real ao salário mínimo.
Sim. É uma forma de distribuir renda num país onde os ricos pagam menos impostos.
Na Inglaterra, quem recebe o equivalente a R$ 3.000,00 mensais, após impostos e previdência, leva 84% do salário para casa. E os que recebem mais, na faixa de R$ 25.000,00, 74%.
Na Holanda, os mais pobres também recebem um valor líquido de 84% do salário e os mais ricos só 55%.
Lógica igual nos países do G7, os mais industrializados, como EUA, Canadá, Japão e Alemanha. Nos EUA, enquanto os mais pobres levam para casa 90% do salário, os mais ricos só 70%.
Já no Brasil, se o sujeito ganha R$ 3.000,00, a renda dele vai em comida, higiene, roupas ou gasolina, bens que têm imposto maior.
Já quem tem renda alta, após comprar tudo isso, consome bens mais sofisticados, mas de impostos menores.
Mais um exemplo: a contribuição obrigatória de até 11% do salário para a previdência social é limitada ao teto de R$ 5.839,45. Resultado: quem ganha mais que isso desconta um percentual menor do salário bruto para o INSS.
A carga tributária total no Brasil é estimada em 39%. E grande parte dos impostos é coletada de forma indireta, embutido nas mercadorias e serviços consumidos.
Como se isso não bastasse, os recursos públicos são muito mal administrados. São impostos altíssimos e nada de retorno à população.
Os governos criaram uma máquina pública inchada. Os recursos de longo prazo, como os dos fundos públicos, nunca foram bem administrados. Querem alguns exemplos: o FGTS, PIS, PASEP, FCVS, todos esses fundos foram dilapidados, mal administrados ou surrupiados seus recursos pela péssima rentabilidade que trouxeram aos trabalhadores.
A apologia à não necessidade de educação e formação é o discurso dos desprovidos de vontade de aprender, dos vadios, dos oportunistas, dos exploradores da ingenuidade alheia, para manter na ignorância eleitores de seus projetos de poder.
A incompetência de uma gestão pública centralizadora nos conduziu ao endividamento, à inflação, à recessão e ao desemprego.
Menos dinheiro na mão do governo, e mais dinheiro na mão da população que consome e de empreendedores que geram empregos, criaria e distribuiria melhor a riqueza.
Isso seria, sem dúvida, um bom começo para consertar este país.