Quem é novo não sabe, mas eu já fui jogador profissional do Coritiba. Com 18 anos, foi meu primeiro emprego, e do qual me orgulho muito. Aprendi muito em pouquíssimo tempo. Aprendi que a vida é feita de momentos bons e de momentos ruins. No futebol, o herói da semana passada é o vilão da semana seguinte ao, por exemplo, perder um gol decisivo. As pessoas esquecem rapidamente o que de bom fazemos.
Ganhei e perdi muitas partidas, joguei com craques e com cabeças de bagre, com jogador mascarado e com jogador humilde, com preguiçosos e com esforçados. Quando tínhamos no plantel muitos jogadores talentosos perdíamos e, outras vezes, com jogadores medianos, porém unidos e lutadores, vencíamos. Levei algum tempo para perceber que a diferença estava não no indivíduo, mas no grupo.
Quando realizamos atividades que dependem de muitos, objetivo convergente é mais importante que talento independente. Assim é nas organizações e na vida. Sozinho ninguém faz nada. Você pode ser o melhor no que faz, mas se tua equipe de trabalho for ruim, não se atingem os objetivos e todos perdem. Ao contrário, se houver espírito de equipe, motivação, solidariedade e dedicação, todos ganham e, aí sim, o talento individual se sobressai.
O futebol me ensinou a nunca perder a esperança, pois, com trabalho, podemos dar a volta por cima e voltar a vencer. Aprendi, também, a ser humilde. Toda glória é efêmera. As instituições sobrevivem e nós passamos. O máximo que podemos sonhar é deixar um legado e uma boa lembrança. Por fim, aprendi com o futebol a conviver com a crítica. E, olha, quando ela é motivada pela paixão e não pela razão ela é muito mais forte. Somos humanos e não podemos agradar a todo mundo o tempo todo.
Mas o mais importante que o futebol me ensinou: os vencedores são os que nunca desistem. Mesmo em desvantagem, ganhávamos muitos jogos por não relaxar até o apito final. Porque quem não luta pelo futuro que quer deve aceitar o futuro que vier.