Algum tempo atrás, dei uma palestra na Academia Nacional de Seguros e Previdência. Foram muitas perguntas ao final. Achei que seria importante repassar algumas a vocês.
Primeiro me perguntaram qual a possibilidade da receita da previdência ser suficiente para pagar as aposentadorias futuras nos níveis atuais? Ora: nenhuma. Os nossos parlamentares em Brasília não perceberam ainda que já há outras formas de relação entre contratantes e contratados. A carteira de trabalho estará cada vez mais em desuso.
Profissionais serão contratados por projetos, ou por suas micro empresas de prestação de serviços, a já usual “pejotização”, o trabalho eventual e outras formas próprias do mundo moderno. Assim, com receita inferior à praticada nas décadas anteriores, só restará uma saída: o teto do INSS cair. Não passará de 3 salários.
Outra pergunta: o que os trabalhadores terão que fazer para manter o padrão de vida na velhice? Vejam, só há uma resposta: previdência privada. Pensem numa mala de dinheiro contendo sua poupança previdenciária individual. O trabalhador mudará muito de emprego, de projeto e a cada mudança carregará a mala, vai fazer a portabilidade para a previdência privada de sua nova empresa ou para a da empresa do novo projeto ou até para um banco ou seguradora.
Por fim quiseram saber se o seguro de vida é necessário. Cada vez mais! Como o INSS será limitado a baixos valores de aposentadoria, para os maiores salários será indispensável um bom seguro para uma invalidez ou para deixar a família amparada em caso de morte.
Conclusão: esqueçam o Estado, o Governo. Daqui para a frente é cada um por si.