Não há equívoco maior que imaginar sushis e sashimis nas refeições cotidianas dos japoneses. Enquanto que por aqui no Brasil, o sushi é considerado o prato mais popular do Japão, o peixe cru é preparado em festas e encontros mais especiais.

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Quem me garantiu essa informação tem propriedade para afirmar isso. Amauri Nakamura da Fonseca, de 55 anos, morou do outro lado do mundo por 20 anos. Aficionado por novos sabores, ele confessa que sempre teve intimidade com as panelas. Não é formado na área, mas trabalhou em cozinhas no Japão e sempre procurou aprender coisas novas por lá.

Amauri aproveitou o contato intenso com a gastronomia asiática e teve a ideia de popularizar em Curitiba, junto com a esposa Érica, um dos pratos mais cotidianos do Japão: o yakisoba.

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Um fast-food de yakisoba, mas também com pratos populares do Japão como a guioza e o missoshiru. Sem peixe cru, sem sushis, sem temakis. E não é que deu certo? O Yakifast oferece yakisobas personalizáveis: onze opções de proteína, cinco tipos de massa – do macarrão tradicional ao udon, bifun (macarrão de arroz bem fininho) e arroz, e seis tipos de molho. Em três tamanhos diferentes (de 300g, 600g e 900g) com valores a partir de R$ 17,90.

Yakisoba é uma palavra japonesa: yaki, de frito ou grelhado, e soba, que significa macarrão. Apesar de ser um prato de origem chinesa, é uma das comidas de rua mais populares do Japão. Amauri explica que a maioria dos pratos orientais, seja ele coreano, japonês, tem origem na China. “A Ásia toda, de uma forma geral, se origina na China. Então muitos pratos também são de lá. Trocam alguns ingredientes, mudam de nome, o modo de fazer. Mas o yakisoba é um prato bem típico do Japão”, comenta.

No Yakifast, o yakisoba é preparado com repolho, cenoura, brócolis, couve-flor e vagem. São refogados junto da proteína na wok – aquela frigideira grande e bem arredondada. No cardápio, escolhas de proteínas clássicas: carne bovina, suína ou frango, e também propostas especiais como salmão, tofu orgânico, shitake, mignon e linguiça.

Agora, o toque especial mesmo está no molho. Dá para seguir a tradição clássica do preparo ou também experimentar o macarrão de outras formas asiáticas e também saborosas. Você pode escolher um estilo tailandês, com leite de coco, pimenta e abacaxi, ou indiano com curry de picância média. A versão de molho chinesa vai um toque de óleo de ostras. Há também outras propostas exóticas com barbecue e até com azeite de oliva, ervas e azeitonas.

Foto: Eloá Cruz.

O Rango Barateza decidiu provar dos pratos do restaurante do Água Verde. O clássico yakisoba de frango com molho tradicional tamanho médio (R$ 28,90 / 600g) e o ‘PF Japa’ da casa . O yakisoba refogado na hora, com vegetais bem frescos e leve, nada gorduroso. O molho bem feito, com shoyu na medida – o que garante a quantidade de sal adequada, levemente adocicado. Quero voltar para experimentar os molhos mais ‘exóticos’ da casa.

Para quem é indeciso e adora comida asiática de uma forma geral, vale a pena apostar no PF Japa. Por R$ 29,90 você tem uma refeição bem servida de arroz japonês no ponto – atenção! porque ele que não é papa, é fofo e sequinho – frango frito bem leve e sequinho com um tempero leve de gengibre delicioso, saladinha de repolho e folhas, duas guiozas de carne suína (pequeno pastel oriental cozido no vapor) e sunomono (conserva de pepino agridoce).

20 anos no Japão

Descendente de japoneses, Amauri e Érica foram trabalhar na indústria do país. A vida atribulada mas é cheia de segredos e acasos. Os dois se conheceram no Japão, formaram uma família juntos. Da união, nasceu dois filhos.

Amauri e Érica. Foto: Eloá Cruz.

Em 2013, já com a filha mais nova maiorzinha, com dois anos, a família decidiu voltar para o Brasil. A decisão não foi fácil, afinal mudar de país com a família inteira pode assustar. “A gente tinha um apartamento alugado, mas nada pronto. Foi uma mudança bem radical, complicada”, lembra Amauri.

Um ano depois decidiram abrir a Yakifast. “A gente começou com um restaurante na Vicente Machado, no Batel. Depois veio a febre do FoodTruck, fazíamos muitos eventos. Abrimos no Água Verde, no Centro Cívico. Tentamos abrir no shopping, mas não deu certo. Pegamos uma crise em 2020, como todo mundo pegou, e ficamos só de iFood no Água Verde. Ficamos sem eventos, que estavam programados já para o ano inteiro. Mas aí surgiu uma licitação da Urbs no Mercado Municipal do Capão Raso. Achei lá uma possibilidade”, conta o empresário.

Hoje a esposa Érica comanda a unidade do Água Verde e Amauri o espaço do Mercado Municipal do Capão Raso. “Montei no Capão Raso uma lojinha bem enxuta. Não tem tudo que tem no Água Verde, mas desde 2020 está crescendo. O pessoal gosta bastante. A gente inventa prato novo, faz eventos culinários, na praça de alimentação. Toda vez que tem evento, a gente cria um prato novo, temático”, revela.

Diferenças culturais e de paladar

Cream cheese no sushi, ou quem sabe creme de leite no yakisoba? É fácil entender o quanto são inusitadas essas misturas para um japonês. E em até nas preparações mais tradicionais, ainda há sutilezas e pequenas diferenças entre o que é servido aqui e no Japão quando se trata de prato oriental.

O yakisoba, por exemplo, foi adaptado para agradar o paladar brasileiro. “Começa pelo shoyu, que aqui ele é bem mais salgado que no Japão. Lá ele é mais adocicado. Enquanto a gente usa mais carne, lá eles colocam pouca proteína animal. As carnes são cortadas bem finas, como se fosse um presunto. Há mais legumes em geral, muito cogumelo. Sem contar os caldos, caldo de peixe, que aqui no Brasil fica mais difícil de adaptar”, confidencia Amauri.

No cardápio do Yakifast, os pratos são todos originais, preparados pela família de maneira única. “Todas as receitas são nossas. São pratos que existem, mas são nossas receitas originais. As conservas, de gengibre, pepino, preparadas aqui. Usamos macarrão próprio para yakisoba, temperos do Japão”, garante.

Yakifast do Água Verde. Foto: Eloá Cruz.

Yakifast – dê personalidade ao yakisoba

O Yakifast funciona em dois endereços. No Água Verde, fica na Rua Professor Dario Veloso, nº 31, quase esquina com a Avenida República Argentina. Funciona de segunda a sábado, das 11h30 às 22h30. Fechado aos domingos. A unidade faz entregas pelo iFood. Telefone (41) 3618-5004.

No Mercado Municipal Capão Raso, funciona de segunda a sábado, das 11 às 20 horas. Fechado aos domingos. Telefone (41) 99178-1143.

Tem dicas de Rango Barateza? Manda aí!

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