Ainda em período de férias, o Rango Barateza aproveita a pausa coletiva para um olhar atento, paciente e demorado, nos achados e reportagens realizadas de 2024. O Rango visitou vários bairros da cidade, mas não poderia de deixar de conhecer, ou reconhecer, os lugares emblemáticos do Centro de Curitiba.
Para uma experiência gastronômica raiz, o Rango Barateza aproveitou para te dar assim, facinho, mamão com açúcar, uma lista de lugares para visitar e conhecer a pé mesmo, num passeio pelo Centro de Curitiba.
Fiz uma seleção com quatro lugares tradicionais, coisa de curitibano raiz, com história, sabor e bolso leve. Afinal de contas, o barateza chega em boa hora depois dos tempos de gastos com festas e férias.
Pastelaria Oriental
A primeira parada nesse tour é a Pastelaria Oriental. O Rango Barateza visitou o lugar em maio de 2024 e certamente poderia fazer mais uma nova visita. Por lá os pastéis são sequinhos, leves e fresquinhos – fritos na hora.
São 68 anos de tradição. Pastéis da família Matumoto conquistaram muita gente, deputados, desembargadores, prefeitos, estudantes. Há 25 anos, a unidade na esquina da Muricy com a André de Barros abriu e é a que permanece até hoje. A pastelaria da Voluntários da Pátria acabou fechando 20 anos atrás.
Anos se passaram e o pastel da Oriental segue com o mesmo sabor. O mais vendido é o de carne: uma carne gostosa, molhadinha, não é carne sequinha e soltinha como normalmente é feita em outras pastelarias. Ela tem um temperinho único e a massa então, bem sequinha.
Há outros sabores: carne, queijo, palmito por R$ 6 a unidade. Tem também os pastéis de carne e queijo e carne com palmito (R$ 9). O pastel especial, de carne, queijo e ovo cozido custa R$ 13 – é o maior da casa.
Bar Mignon
Ao sair da Pastelaria Oriental pela Al. Dr. Muricy, ande mais ou menos umas quatro quadras até a XV de Novembro. Por lá temos mais um clássico da baixa gastronomia curitibana.
Num dos cartões-postais da cidade, no Calçadão da Rua XV de Novembro, entre os bares com as mesas embaixo das coberturas roxas de acrílico assinadas por Abrão Assad, o Bar Mignon mantém no cardápio o autêntico lanche curitibano. O Rango Barateza esteve por lá em março e recomenda.
Pão d’água, duas vinas e cebolinha verde picadinha, acompanhados de molho de pimenta e mostarda escura (R$ 15). Esse é o pão com vina, um dos mais antigos da cidade. Duvida? Quem confirma a história é o gerente da casa, Paulo Roberto Cordeiro. “É o mais antigo que você vai achar. Não vai encontrar mais nada nesse tipo. Hoje em dia o cachorro-quente segue outro padrão, do cachorro de carrinho, com um monte de coisa. Tudo é questão de gosto, da clientela”, comenta.
Inaugurado em 1925 e fundado por Heitor Amatuzzi, o Mignon nasceu para ser uma lanchonete e pastelaria. O status de bar surgiu décadas depois. O nome nada tem a ver com o corte nobre da carne. É uma maneira mimosa de dizer que o lugar é pequeno, já que mignon significa pequenininho, gracioso, em francês.
Os primeiros cachorros-quentes de Curitiba surgiram com linguicinha, aquela fininha, com carne de porco. O lanche no Bar Mignon surgiu anos depois da abertura. Foi só depois de 1945, com a industrialização pós-guerra, que a vina começou a ser produzida em maior escala. Aí ela foi para o meio do pão.
Kibe da Boca
Para continuar nosso tour gastronômico barateza, ande mais alguns passos pelo calçadão em direção a Praça Osório e entre na Galeria Tijucas. Por lá, você pode conhecer o famoso Kibe da Boca. O Rango esteve por lá em agosto.
A lanchonete no Tijucas funciona desde 2005 por ali, negócio familiar. Anuar Kadri, proprietário, aproveitou as receitas tradicionais das suas avós para abrir a lanchonete com os salgados árabes. O capricho e a qualidade no preparo logo deu retorno. O Kibe da Boca começou pequeno e diante de quase 20 anos a lanchonete é bem conhecida, ganhou boa fama por Curitiba. Virou tradição. Afinal, não há como atravessar a Galeria Tijucas, passando pela Avenida Luiz Xavier, até a Rua Cândido Lopes, sem se deixar levar pelo cheirinho bom de esfirra assada.
Quibes são vários: tradicional frito (R$ 9,90), cru (a partir de R$ 11), assado (R$ 11,90), recheado (R$ 9,90) com homus ou com labni – que é a coalhada seca árabe. O sabor de cada um é único e seria injusto eleger apenas um deles como o mais saboroso. O quibe recheado sempre vem muito, mas muito bem recheado.
As esfirras também são ótimas. Fica realmente difícil escolher qual delas aproveitar. São dois tamanhos de esfirra fechada, a menor de R$ 7,90 e a maior de R$ 9,90. A aberta tem preço único: R$ 7,90. Fiquei com dois sabores: a tradicional de carne e a vegetariana – que combina escarola e brócolis. A massinha fina e leve faz da esfirra do Kibe da Boca ser única. A estrelinha mesmo é a esfirra de carne: tempero sírio na medida, carne suculenta, que é cozida quando o salgado é assado ao forno.
Dois Corações
Para encerrar nosso tour gastronômico pelo Centro de Curitiba, saímos da Galeria Tijucas pelo Calçadão da Rua XV, passamos pela Praça Osório e seguimos pela Sen. Alencar Guimarães até a lanchonete Dois Corações – dona da coxinha mais querida de Curitiba. O Rango visitou o local em novembro.
Ela surgiu em 1992. Começou como um restaurante de prato feito na Galeria César Franco, ali na Rua Emiliano Perneta. Ficava na terceira loja da galeria, recém inaugurada. Anos depois, os salgados saborosos começaram a fazer parte do cardápio.
A receita da coxinha sofreu poucas alterações. E posso dizer, de criança até hoje, o sabor continua o mesmo. O frango levemente temperado, requeijão que escorre, massa simples e uma boa casquinha feita com farinha de rosca, que deixa o salgado bem crocante e bem sequinho.
A coxinha com requeijão custa atualmente R$ 11,40. Há outras versões, só de frango ou especial por R$ 9,50. Entre os salgados fritos, a Dois Corações também oferece rissoles de camarão, de carne, palmito e queijo e os quibes. Os valores variam de R$ 7,40 a R$ 13,80 a unidade.
Se a coxinha é a rainha da Dois Corações, o príncipe é o empadão de frango. Ele fica em segundo lugar na preferência do público da confeitaria. A fatia generosa custa R$ 15. Além dele, há outros salgados assados, opções que são perfeitas tanto para um almoço como para um café da manhã ou um lanche. Esfirras, brioches, baurus, lasanhas, sanduíches naturais.
CONFIRA O MENU COMPLETO DO RANGO BARATEZA:
Sanduíches;
Sopas;
Pizzas;
Massas;
Doces e sobremesas;
Salgados;
Pratos feitos;
Carnes;
Petiscos;
Buffet.
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