Quase como numa partida de poker, Daniel Melo Morosko, de 44 anos, tem o ‘nuts’. Ele entrou no jogo com a mão mais forte possível, fez o melhor com as cartas que recebeu. Desde 2016, o empresário acorda todos os dias com sangue nos olhos para vencer a rotina de tocar seu restaurante.

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Ele sabe, assim como tantos outros empreendedores que começam uma empresa do zero e com orçamento contado, o quanto é preciso batalhar e não desistir para tocar seu negócio. O Nuts Restaurante, no Cajuru, virou ao longo dos anos referência na região de comida caseira simples, bem feita e com preço honesto.

Tanto é verdade que, com a ajuda de clientes e amigos, ficou entre os cinco finalistas da categoria Prato Feito by Rango Barateza do Prêmio Bom Gourmet 2024.

Daniel Melo Morosko. Foto: Eloá Cruz.

O restaurante oferece pratos executivos com sete opções de carne: frango grelhado, frango à milanesa, frango à parmegiana, bisteca de porco, bife acebolado, tilápia à milanesa e tilápia à parmegiana. Os acompanhamentos são fixos: arroz, feijão, farofinha da casa, saladinha, macarrão e batata frita. São dois tamanhos de prato, médio e grande. Os preços variam de R$ 18 a R$ 26. Às quartas e sábados, tem feijoada a partir de R$ 23.

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O Rango Barateza, como de costume, foi almoçar no Nuts na semana passada. Escolhi o prato executivo médio, de frango à parmegiana (R$ 21). Antes do prato quente, uma saladinha de alface e pepino. O PF veio rapidamente, logo em seguida. Arroz soltinho, farofinha temperada da casa, macarrão, feijão. Apesar de ter pedido um tamanho médio, veio comida suficiente para duas refeições, uma porção bem generosa.

O frango sequinho, bem empanado e sequinho veio coberto por um molho de tomate que certamente é feito pela casa. O queijo é discreto, mas a crocância e o sabor da milanesa ganha destaque. No Nuts é assim, se você sentir vontade de parmegiana, pode pedir a opção deles durante a semana toda, pois o menu é fixo.

Do Poker ao Cajuru

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Em entrevista ao Rango, o empresário Daniel conta que sua paixão por cozinhar acabou atraindo ele para o ramo. “Na verdade foi o seguinte, eu jogava poker e gostava de cozinhar para os amigos. Aí um grupo de empresários me convidou para abrir um restaurante dentro de um clube literário, no Portão, eles iriam abrir uma casa de poker. Eu aceitei. Eu trabalhava em prol só do jogo, servia pratos diferentes, porções, para a turma do poker. Em 2017 a casa fechou. Então em dezembro daquele ano eu resolvi abrir o restaurante aqui no Cajuru, já com uma proposta de atender iFood, com cardápio fixo”, conta o empresário.

E assim o Nuts Restaurante nasceu. Enquanto que os restaurantes da região ofereciam marmita com menu fixo semanal, com feixe às sextas, moela, fígado acebolado, Daniel seguiu uma narrativa diferente. “Se a pessoa tem vontade de parmegiana, ela pode comer a semana toda. Pode ser como prato feito, servido no salão, ou pedindo marmita pelo delivery”, revela.

Durante a pandemia, com as regras sanitárias de distanciamento social, as vendas de marmita no horário do almoço foram subindo. De 50, passou para 250. “Foi um período que graças a Deus eu consegui expandir bastante. E o meu raio é grande, de quatro km com entrega grátis. Esse é o meu diferencial que eu tenho desde o começo e nunca tirei”, revela.

Com a reabertura do comércio, a venda de marmitas diminuiu e atualmente Daniel vende cerca de 150 refeições durante o almoço por dia. “Sempre vou fazendo comida, sempre bem fresquinha. Se você pede às 11 horas, ou pede às 14 horas, tanto faz, a comida sempre vai ser fresca. Também sempre compro tilápia fresca, não compro congelada, as carnes vêm de um açougue parceiro aqui da região, também chega todo dia, sempre fresquinha”, garante o empresário.

Amor pelas panelas

Daniel começou cozinhando, administrando e durante um tempo ele mesmo realizada as entregas do restaurante. Atualmente ele segue só na administração, fica no caixa. Quando aperta, ajuda as funcionárias nos preparos.

A paixão pela cozinha começou quando menino. “Meu pai tinha um bar em Morretes, em 1994. Eu sempre gostei de comércio. Eu tinha uns 14 anos e meu irmão uns 16. O pai alugou uma casa, promovia eventos, e a gente ajudava, tinha alguns funcionários. Isso de 1994 a 1996. Aí fechando lá, voltei a estudar e fui para a área de banco. Fui bancário até 2014. Em 2015 comecei a jogar poker e aí entrei na área da comida”, relembra.

Daniel cozinha paella, barreado aos amigos. Todo o cardápio que o restaurante serve atualmente foi elaborado por ele. Quando menino, aprendeu a cozinhar com a mãe e com a avó. “Quando meus pais se separaram, eu fui morar com a minha mãe e com meu irmão. Minha mãe deixava o ticket alimentação com a gente e eu e meu irmão nos virávamos. Cozinho desde moleque, sempre gostei”, esclarece.

Para Daniel, trabalhar com alimentação exige paixão e também paladar. “Tem que gostar e tem que ter paladar. Saber o que tá bom e o que não está. O meu parmegiana, por exemplo, tem gente que pede todo dia, não sei como não enjoa. Eu tenho um cliente da Venezuela que pede todo o dia o mesmo prato. De segunda a sexta”.

Foto: Eloá Cruz.

Ter um restaurante: uma luta diária

Quando Daniel abriu o Nuts, do início até hoje, a proposta é fazer com que tudo feito seja o caseiro possível. Da farofa ao molho de tomate. “Quando eu era mais novo, eu queria ser o melhor, referência. E daí eu vi que não é isso. Então acabei indo para o básico bem executado. Eu sei que com o meu restaurante eu não vou conseguir pegar um público de muito longe. A pessoa não vai se deslocar do Bacacheri para vir comer aqui. Não é como um bar, que a pessoa vai conhecer. Eu entendi isso e resolvi colocar para o pessoal daqui uma comida boa, barata, bem feita e bem servida”, confidencia o empresário.

Foto: Eloá Cruz.

O Nuts Restaurante está na categoria superrestaurante da plataforma iFood desde 2019. “Demorei um ano para virar superrestaurante e de lá para cá nunca perdi o selo. A luta é diária para manter o selo sempre. Manter qualidade, tempo de entrega. O serviço do pessoal. Agora quem está no balcão, quem come aqui, eu sempre dou prioridade”.

Com o reconhecimento vindo pela indicação do Prêmio Bom Gourmet, Daniel ficou felizão. “Quando me ligaram falando que eu era finalista fiquei surpreso, porque a gente não esperava. O pessoal aderiu muito, votou, mandou para a família. Sabe o que é legal? Estamos num bairro que até poucos anos atrás era considerado favela de Curitiba. E hoje nós estamos aqui, concorrendo a um Prêmio Bom Gourmet. O pessoal todo da região está feliz com o nosso sucesso. É gratificante. Não é que a gente trabalha pelo reconhecimento, mas isso levanta o ego da gente, o das meninas, e a gente fica feliz”, conta.

*Os valores do cardápio divulgados no post são de julho de 2024 e podem sofrer alterações.

Vai de Nuts Restaurante e vote!

O Nuts Restaurante fica na Rua Teófilo Otoní, 379 – Cajuru. Abre de segunda a sábado, das 10h30 às 14 horas. Faz delivery de marmitas por entrega própria, através do WhatsApp (41) 9575-5724, e também via iFood.

O restaurante é finalista do Prêmio Bom Gourmet, na categoria Prato Feito by Rango Barateza. Aproveita e vota! O período de votação vai até o dia 21 de julho.

CONFIRA O MENU COMPLETO DO RANGO BARATEZA:

Sanduíches;
Sopas;
Pizzas;
Massas;
Doces e sobremesas;
Salgados;
Pratos feitos;
Carnes;
Petiscos;
Buffet.

Tem dicas de Rango Barateza? Manda aí!

Quer sugerir lugares com Rango Barateza para o blog? Então escreve para eloas@tribunadoparana.com.br. Aceitamos dicas por Curitiba, manda aí!