Virou hype, famosinho, alternativo, e agora cativo entre a juventude que curte um café de barista, um pão de fermentação natural. Se você não experimentou a iguaria, com certeza deve ter ouvido falar dele. No Maneko’s, o seu tradicional parmegiana ganhou as redes sociais e foi replicado aos montes. A clientela sempre foi boa, o prato já era famoso, mas foi logo depois da pandemia que o bar e restaurante tradicional conquistou um novo nicho de clientela.
“Muitos chefs começaram a postar o nosso parmegiana. Tudo começou com um cliente nosso, hoje já falecido, o Mario Branco. Ele teve a ideia de colocar o parmegiana no cardápio e o prato virou nosso carro chefe”, conta Manoel Alves, o Maneko.
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E assim foi. Caroline Grimm, chef de cozinha e colunista, resolveu experimentar parmegianas pela cidade. A versão do Maneko’s bombou. Logo depois, Rui Morschel, participante do Master Chef Brasil 2018, também chegou a recomendar o prato. O boom mesmo veio com as indicações de Gustavo Marsengo, do BBB22, e da produtora de conteúdo Mariah Luz, do blog O que Fazer Curitiba. “Na semana que ela postou, muitas pessoas vieram para almoçar. Nós temos só 40 lugares, não deu para atender todo mundo. Eu achei que essas propagandas seriam fogo de palha. Mas para você ter uma ideia, o movimento subiu e não baixou mais”, conta Maneko.
A força da rede social foi forte, mas só ganhou a proporção toda porque o prato é bom, bem feito, com preço justo e delicioso. O parmegiana continua saboroso como sempre. Um bom pedaço de bife empanado da forma tradicional, com ovos e farinha de rosca. Frito, sequinho e crocante, recebe uma boa camada de queijo muçarela. Por fim, o molho é o que dá a autenticidade dele. Tem sabor de comidinha caseira, de molho de tomate feito pela avó. Pedaços de tomate e cebola, num molho bem grosso, de maneira proposital para não deixar a crocância do parmegiana se perder.
O filé ao molho vem acompanhado de saladinha de alface, agrião, tomate e cebola fininha, arroz soltinho e feijão preto bem temperadinho. O prato vem sem batata – numa proposta bem caseira e brasileira. Diz que a porção é individual, mas serve duas pessoas tranquilamente por R$ 60,50 – já com a taxa de serviço.
Cardápio semanal, pratos do dia
No Maneko’s, o parmegiana é servido de segunda a sábado. Só não deixe de conhecer as opções da semana, com pratos fixos de segunda a sexta no horário do almoço. Nas segundas, virado à paulista por R$ 42. Terça-feira é dia de língua com ervilha e purê de batata por R$ 38,50. Quartas-feiras têm costela de panela por R$ 44. Na quinta-feira a famosa rabada com polenta – o mais vendido da semana – por R4 47,30. Sexta-feira o bife à rolê com purê de batatas fecha o cardápio, por R$ 42.
O cardápio do Maneko’s também conta com os pratos comerciais, com bife, fígado, acompanhados de arroz, feijão, salada e ovo frito por R$ 42. As opções são variadas, no almoço e jantar, com porções, bolinhos, lanches. Dá para voltar várias vezes, apostar em algo bem clássico, como um bolinho de camarão ou de bacalhau, ou pedir algo mais autêntico, como o mocotó ou a dobradinha.
“O nosso cardápio é bem variado. Se almoçar a semana toda aqui, não enjoa. À noite, temos porções, pratos. Salgadinho, porção de batata. Agora o que mais vende mesmo, entre os pratos do dia, é a rabada. Para você ter uma ideia vão 50 kg de rabada por semana. Tem vezes que falta”, comenta Maneko.
O segredo da comida boa há mais de 30 anos? Boa cozinheira. “Minha irmã trabalhou 30 anos aqui, e tem uma cozinheira que está há 30 anos comigo. Mão boa. Comida pode ser simples, mas tem que ser bem temperada. O segredo tá no tempero, no ponto de cozinhar. Temos um feijão que fazemos aqui, que não tem igual em lugar nenhum. Tinha um gurizinho que vinha comer feijão com o pai. Virou nosso freguês. Você cativar uma criança, não tem preço”.
Maneko’s, cria do Stuart
Uma ligação muito mais que geográfica, mais que vizinhos da mesma quadra, poucos sabem que o antigo bar Stuart, que foi considerado o mais antigo do Paraná, tem uma forte ligação com a abertura do Maneko’s.
Vindo de Castro, interior do Paraná, Manoel Alves chegou em Curitiba com 15 anos. Passou sua primeira noite num restaurante macrobiótico, ali na Praça Osório. “Minhas duas irmãs trabalhavam nesse restaurante. Fiquei lá, uma semana parado. Então, elas falaram com o sócio do Stuart e comecei a trabalhar ali de copeiro, depois garçom. Saí do Stuart 11 anos depois”, conta o Maneko.
A memória é nítida e Maneko lembra que há praticamente 46 anos começou como garçom. “Foi no dia 17 de abril que abriu uma vaga de garçom e eu comecei. Em 1985, comprei o bar onde trabalhava o Nilson, o Passarinho. De lá para cá, só sucesso”, revela o empresário.
Passarinho foi um dos garçons do Maneko’s. Por muitos anos, a figuraça era a lenda do bar. Carismático e brincalhão, ganhou o apelido porque costumava imitar um passarinho enquanto servia as mesas. “Ele sempre tinha uma tirada. Lembro que ele tinha uma meia de criança, que ele trazia na mesa do cliente toda vez que alguém pedia uma meia [meia-dose]”, recorda Maneko.
O antigo bar passou do Manoel passou poucos anos na frente da Osório e em 1988 mudou-se para o endereço que está atualmente. O Maneko’s com o tempo foi deixando de ser apenas um bar, ganhou status de restaurante consagrado, conquistando clientela fixa, entre políticos, professores, jornalistas.
*Os valores do cardápio divulgados no post são de abril de 2024 e podem sofrer alterações.
Quer conhecer o Maneko’s?
O almoço no Maneko’s é bem disputado. Então a dica super importante do Rango Barateza é: CHEGAR CEDO. A cozinha funciona de segunda a sexta das 11h30 às 15h e depois das 16 às 21h20. Aos sábados, a cozinha funciona só para o almoço, das 11h30 às 16 horas. Fechado aos domingos.
O Maneko’s fica na Rua Alameda Cabral, 19 – Centro. Telefone: (41) 99945-2709.
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