Agora sou vizinho do Dante Mendonça no Condomínio da Página Dois, da Tribuna do Paraná, que ficou baixinha e gostosa. Dante no primeiro andar e eu no térreo. Se a Tropa de Choque da Polícia Militar receber mais uma ordem do além e aparecer para desalojar a gente, do jeito que ela apareceu no Centro Cívico, no episódio dos professores, ele pula pela janela e eu saio pela porta de entrada. Não sei quem leva vantagem. Se ele cair na minha cabeça, os dois se arrebentam. O problema é que em matéria de evacuação, a PM ganha da gente. Mas a gente se entende. Antes de o Dante vir para o condomínio da Página Dois, ele morava na última página. De onde saiu para eu entrar. Entrei e gostei.

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Última página é boa porque o leitor na correria de ir para o trabalho entra no ônibus e em pé ou sentado, ele dobra o jornal e confere a última página, porque na primeira só tem manchetes e chamadas. E com o ônibus em movimento não dá para abrir o jornal para conferir as noticias. Mas a página Dois é nobre. Que nem a Casa de Windsor. Aí foi feita reforma no jornal e a página Dois ficou leve, embora com dois pesos pesados. Eu, que deixei a última página, e Dante, que já estava aqui. Pesados porque a gente não faz regime, embora os médicos insistam. Agora, tanto ele quanto eu, vamos ter que entrar num regime de qualquer jeito. O médico disse que preciso emagrecer. E Dante também precisa, eu presumo. O diacho é que discípulos de Baco, a gente tem dificuldades. Para não ofender Baco, claro!

Mas com a reforma editorial, a Tribuna mostrou que ser enxuto não é complicado. E pode ficar bonito. Colocou dieta para nossos textos. Enxuto. Como a gente deveria ser. Não tem desculpa: vai ter que ser enxuto, mas tem que ser gostoso. O texto. Como sou o novato na área, sou eu quem tem que dizer: “Oi vizinho! Tudo bem? Será que vai chover hoje?”. Que é a maneira peculiar de o curitibano cumprimentar alguém, mesmo desconhecido. Dante é meu vizinho, ou melhor, sou o novo vizinho dele, mas somos velhos conhecidos. Foi a partir da coluna Café da Manhã, que ele criou para um especial do jornal O Estado do Paraná para a Copa do Mundo de 2002, que estreei no colunismo da capital. Migrei para Notas da Redação. Depois, fiz três folhetins, Crimes de Paixão, Pelas Ruas da Cidade, todos pela Tribuna. E agora estamos aqui. Vamos lá, cada um com seu estilo. 

PS: A coluna acima foi feita para a edição desta segunda-feira da Tribuna do Paraná, que estreou reforma editorial que inclui mudança do tamanho do jornal, do berliner para o tabloide americano. Os textos da coluna vão ficar mais enxutos. Espero continuar contando com a honrosa atenção do leitor virtual.   

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