Hoje é um dia especial na história da igreja, do cinema e do cangaço

O dia 10 de agosto tem história. No ano de 257, o imperador romano Valeriano passou a perseguir os cristãos porque queria botar a mão nos tesouros da Igreja. Os caras da igreja não deixaram e no ano seguinte o imperador prendeu e decapitou o Papa Sisto II. Quem cuidava dos tesouros era o espanhol Lourenço de Huesca, um díacono em Roma.

Lourenço não entregou os tesouros. O imperador ficou furioso e mandou prendê-lo. Condenou-o a ser queimado vivo sobre um braseiro por cima de uma grelha. Diz a lenda que Lourenço era tão porreta e bem humorado que ao ser torrado de um lado ele disse para os carrascos: “Podem me virar para o outro lado, porque este já está bem assado”.

Ele morreu no dia 10 de agosto de 258 aos 33 anos e virou mártir da igreja com o nome de São Lourenço. Nome do meu bairro. Houve um tempo em que eu era louco por histórias de santos. Impressionava a capacidade de sacrificio destes caras. Cheguei a ter coleção de gibis de santos, mártires e companhia. As histórias de santos são enciclopédia de heroismo por uma causa. Hoje não têm mais santos.

Mas o dia de hoje também foi o de nascimento de muitas pessoas bacanas que se foram. Não dá para colocar todas porque a lista é longa. O artista Flávio de Carvalho que desfilou de minissaia em São Paulo, o jornalista Júlio de Mesquista pioneiro de “O Estadão”, Henry Nestlé, “O pai da farinha láctea”, Jorge Amado, escritor baiano, Gonçalves Dias, o poeta que fez o poema do Palmeiras – “Minha terra tem Palmeiras, onde canta o sabiá”. E outros.

Se fosse destacar três pessoas que nasceram hoje, escolheria Norma Shearer, Rhonda Fleming e o alagoano Cristino Gomes da Silva Cleto. A canadense Norma foi uma das poucas atrizes que fez a transição do cinema mudo para o cinema falado com sucesso. Foi diva da primeira fase do cinema. Inesquecível. Agora, Rhonda Fleming, que se chamava Marilyn Louis e que vive aos 91 anos, foi divina com os seus belos cabelos vermelhos.

Era tão bonita que não tinha jeito de sair mal nas fotos. Deixava a gente de boca aberta no cinema. E quanto ao alagoano Cristino, ficou famoso com a alcunha de Corisco, o Cangaceiro, também conhecido por Diabo Loiro. O cangaço, assim como Canudos, foi uma resposta revolucionária às injustiças sociais no Brasil. Bandidos eram os outros. Tudo gente fina. Mas a foto é de Rhonda.