Phillip Ross aproveitou dia de veranico de agosto e foi cuidar da casa – ou melhor, bangalô – na chácara em Morretes. Levantou cedo, antes das 7 horas. O céu estava nublado, parecendo Londres nos dias nublados da capital inglesa. As ruas estavam cheias de carros. Ele pegou direção da rodovia e uma hora depois a estrada estava tranquila e sol estalava faceiro no firmamento. Nem se pergunta de onde veio sol, porque, como todos sabem, Curitiba e arredores são assim.

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Chegando à chacara, Phillip Ross plantou rosas, porque apesar de cara de malvado, ele tem coração de ouro. Aliás, ele é moreno, baixinho, parecido com o Romário. Não entendo porque ninguém ainda não o apelidou de Romário. Em matéria de nome, Phillip é um caso à parte – o nome vem de missionário mormom que andou pelas ruas da cidade, formando dupla com o pai do garoto, José Ortunho. Ross é homenagem do pai a Hoss Cartwright, do seriado Bonanza.

Como o pai de Phillip não sabia que Hoss é corruptela para cavalo (horse), o garoto ficou com o Ross, que não tem nada de cavalo. Terminou o dia, Phillip Ross subiu a serra feliz da vida. O dia foi maravilhoso. Tudo certo na chácara. Estava tão feliz que pensou que nada podia estragar. Mas aconteceu algo que estragou o dia, a semana e o mês.

Um pequeno cão negro pulou assustado não se sabe de onde na frente do carro, ele tentou desviar para um lado e para outro e o cão bailou com Phillip e foi atropelado. Apesar de o motorista avisar o pessoal do pedágio, o cãozinho ficou com a trazeira estropiada. E com cara de pobre coitado. Phillip deixou o cão com o pessoal da rodovia e foi embora pensando no cão. Dormiu pensando no cão e acordou pensando no cão.

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No dia seguinte, Phillip se arrependeu de não ter pegado o cão para criar, porque aí ia poder ver o cão e não ia pensar nele. O caso do cão transtornava a vida de Phillip e ele procurou uma psicóloga para não ficar louco. A psicóloga gingou de um lado e gingou de outro e Phillip acabou concluindo que precisava fazer uma boa ação com o reino animal, mais especificamente com os caninos, para compensar o estrago.

O primeiro cão que apareceu na sua frente com cara de coitado ele levou para casa e agora cuida do bicho. Que parece Schnauzer, mas é mais um vira lata metido a besta. Phillip Ross está feliz com o novo animal a quem deu o nome de Mark Twain, porque o bicho é a cara do velho escritor americano.  

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