À noite, quem sabe, com um pouco de sorte, Batuta vai molhar o biscoito

Crente que estava abafando, Dudu Dantas, o Amigo da Onça, se aproximou do Batuta com o intuito de charlar, porque o outro com pinta de Tony Curtis, levava lero-lero com Lurdinha, uma garota do barulho. Vocês entenderam: um broto legal. Dudu exibiu o seu muque como fosse coqueluche. Batuta disse: “Sossega leão! Pra mim isso é café pequeno. Uma pinóia”. O broto bárbaro riu e disse: “Olha a tua pinta? Está com tudo e não está prosa, hein pato?”. O tipo ficou tiririca. Ele tentou engrossar com a gracinha: “Você está querendo bagunçar com o meu coreto, mocinha?”. O broto respondeu: “Não perco tempo com mixaria”. Um velho que passava numa ximbica viu o bafafá, parou no acostamento e passou um sabão em Dudu, que disse para o velho: “Sai pra lá barbeiro! Velhinho cocoroca”.

O velho não perdeu a pose e sapecou: “Você não passa de um matusquela. Um bacana de araque! Você está mais é com jeito de Mandrake”. Aquilo foi forte. Nem a turma dos cafajestes pegava tão pesado. Dudu ficou com cara de tacho. De quem dormiu no ponto. Ninguém soube por que ele se assanhou se sabia que mexer com mulher dos outros sempre deu bode. Além disso, o broto era muito angu para o fubá dele. Batuta olhava a cena como não fosse com ele que tudo começou. No fundo se divertia às pampas com o parangolé. Sabia que era sopa sair daquela. Quando o velho foi embora, ele disse para Dudu: “Essa foi de lascar o cano, hein? Você quis tirar uma chinfra pro meu lado e se deu mal. Nessa você marcou touca mocorongo”.

Naquele momento três recrutas passaram e olharam os três. Dudu ficou com a pulga atrás da orelha. Ele ficou tão incomodado que Batuta achou que ele andou dando uma de mão de gato, ainda que fosse coisa mixa. No entanto, os recrutas estavam de olho no broto. Um disse: “Que mocotó!” Outro acrescentou: “Esta é do borogodó!”. O terceiro arrematou: “Um pancadão”. E se afastaram apressados e ridentes. Eles queriam mesmo era rosetar, mas ali não tinha nada que botasse pra jambrar. Batuta achou bom cair fora, estava na hora de pegar um rango. Depois, à noite, quem sabe, com um pouco de sorte, ele ia molhar o biscoito. Enlaçou o broto pela cintura e disse para Dudu: “Acho bom você sair por aí rebolando com um bambolê”. E antes que Dudu pudesse se enfurecer os dois fizeram a pista. E ainda ouviram a explosão de ódio de Dudu: “Vão pros diabos que os carregue”. Dudu ficou com a cara no chão. E também foi embora no maior vai-da-valsa.