Conhecer o passado é essencial para compreender o presente e projetar o futuro. É com esse propósito que surge a coluna “Paraná – Uma História”. O objetivo é revelar e trazer à tona, a partir do olhar e linguagem jornalísticos, alguns assuntos do passado que fazem parte da trajetória de nosso estado e, sobretudo, da nossa capital.
Afinal, um dos papeis desta profissão é levar informações e disseminar conhecimentos para a sociedade com uma linguagem acessível a todas e todos. Ao contrário, a desinformação nos levará ao abismo cultural, social e econômico. Conhecer o passado é primordial e fundamental para que a sociedade conheça e entenda a realidade atual e ainda contribui imensamente para que possamos projetar o nosso futuro, aprendendo com lições e fatos ocorridos em outros períodos.
A construção social e cultural do Paraná e de Curitiba está diretamente ligada ao seu percurso histórico, como a colonização portuguesa, as revoltas, a escravidão e as ondas imigratórias – isso só para ficar em alguns exemplos. Nesta coluna, o leitor poderá encontrar nas próximas semanas relatos, fragmentos, curiosidades e até algumas polêmicas históricas sobre a construção de Curitiba e Região Metropolitana.
Mas como a capital não é uma ilha isolada no Paraná e nem no restante do país, muito provavelmente elementos da História do estado e do Brasil também estarão presentes em, pelo menos, algumas linhas.
Falar e escrever sobre o passado, deve-se destacar, não é ficar preso no passado. Além de ajudar na compreensão do homem enquanto um ser que constrói o seu tempo, precisamos estar cientes de que a história está presente no cotidiano e serve de alerta à condição humana para ser um agente transformador do mundo atual, como assinala a historiadora Lilian Aguiar. Somos o que somos devido ao passado registrado nestas terras: seja – por exemplo – nos aspectos arquitetônicos da cidade ou na culinária herdada de imigrantes, seja na formação social e cultural ou no desenho político e econômico.
Não se pode ignorar que a história é feita por pessoas, sejam elas homens, mulheres, crianças; ricos e pobres; governantes e governados. Isso significa que o que produzidos atualmente, um dia poderá estar inserido nos livros de História ou ser estudado por historiadores.
Se anos atrás, a História era – muitas vezes – contada de forma mais “oficial” e narrada, na maioria dos casos, em favor dos chamados “vencedores”, hoje em dia há uma busca por se contar a história que não foi contada, como a de povos que foram subjugados, tal como escravos africanos e os povos indígenas.
Há uma necessidade de deixar de romantizar alguns feitos históricos e mostrar os danos que, por exemplo, as guerras causaram na população civil. Essa mudança vale para todos os campos, como a formação cultural do nosso estado: muitos imigrantes que chegaram aqui foram alvo de preconceito e xenofobia – sem falar, das condições insalubres que a grande maioria enfrentou nos navios que atravessaram o Oceano Atlântico. Tudo isso para fugir de guerras, fomes e perseguições que enfrentavam em suas terras natais.
Afinal, as informações do passado precisam ser questionadas, compreendidas e interpretadas para que despertem senso crítico na população e sirvam de lição para que os erros do passado não sejam repetidos.