Minha experiência de pai tem sido muito intensa. Não porque o Bernardo dê muito trabalho, tenha cólicas sem fim ou durma pouco durante as madrugadas. Mas a atividade de um pai de verdade requer uma dedicação muito grande. Criar o meu filho (e não “ajudar a minha esposa”) é uma missão que aceitei encarar junto com a Beatriz e entrei de corpo, alma e dor nas costas. Cansa, mas é demais.
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E vamos aprendendo juntos, diariamente. Aliás, aquela história de “mãe sabe tudo” só existe porque tem “pai que não sabe porra nenhuma”. A mãe, como genitora, tem todos os hormônios do mundo e uma obrigação quase visceral na criação do bebê, mas é forçada a ser uma heroína, pois muitas vezes não encontra o respaldo do parceiro (a).
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Agora, o Bernardo é um extraterreste (ou nós somos muito sortudos [ou ainda estamos fazendo alguma coisa certa]). Nosso piá não teve cólica. Já se foram quase 6 meses de vida e conto nos dedos de uma mão as vezes em que ele chorou e achamos que poderia ser uma cólica. Tivemos até aqui alguns momentos de desconforto, como a primeira mudança da dieta do pequeno (do colostro para o leite normal) e uma ou outra vez nos chamados saltos de desenvolvimento.
E só.
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O Bernardo chora tão pouco, que quando chora nos vemos malucos aqui em casa. Ao mesmo tempo, por não chorar por qualquer coisa, aprendemos a identificar com bastante precisão porque nosso piá chora. E não temos medo de errar. Ele chora por fome, sono, e muuuuito recentemente por estar com a fralda suja.
E só.
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É sério. Ouvimos relatos diariamente de cólicas sem fim, choros sem fim, noites sem fim. E o Bernardo não sofre com nada disso. Respondemos, com a cara sem nenhuma olheira, que nosso filho é muito especial.
Um dos primeiros comentários que ouvimos de pais que já têm filhos com 1, 2 anos ou mais, é sobre nossas noites de sono. E elas são ótimas, já que o Bernardo dorme a noite toda. Colocamos ele para dormir por volta das 20h e ele acorda as 6h, 7h. Além disso, tem sonecas ao longo do dia, acorda, mama, brinca dorme.
E nós? Nós dormimos. E agradecemos a Deus, ao cosmos, aos cavaleiros do zodíaco, pelo privilégio de sermos pais do Bernardo.
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Tirando o fator sorte da jogada, acho que estamos fazendo alguma coisa certa. E por certo, posso dizer com segurança que ler e pesquisar são diferenciais para ter o máximo de informações e minimizar o risco de erros. É bom também conhecer gente que acertou, que errou e que aprendeu (e ensinou) alguns segredinhos e macetes para encarar vários dos desafios de ser pai e mãe.
Mas o maior conselho que eu dou é exercitar ou desenvolver uma qualidade que se destaca em mim e na Bia: o poder da observação. Me considero um observador de primeira, sem falsa modéstia. Consigo flagrar o que há de bom e ruim neste mundão (vida, trabalho, relacionamentos) para saber como agir seguindo meus instintos e vontades.
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Se você não for um tonto (ou sonso, no caso dos pais que se encostam no machismo para deixar a carga super pesada da criação dos pequenos para mãe), você consegue se virar muito bem no desafio. É preciso acompanhar de perto o desenvolvimento dos pequenos. Olhar como ele reage aos seus estímulos, se ele gosta da roupa que você vestiu, do jeito de segurar o bebê, do jeito de ninar, como dar o banho e que brincadeiras fazer que ele mais gosta.
Olhe para o seu filho, não fique no automático. E não compre ou coma com farinha fórmulas mágicas vendidas ou aconselhadas por aí. Nenhuma criança é igual a outra. O seu filho é único, é especial.
É óbvio que existem comportamentos (a maioria biológicos ou químicos) que são semelhantes entre as crianças e para lidar com eles existem alguns macetes, mas se alguém te disse que para acabar com cólica é só fazer bla bla bla, que é tiro e queda, não acredite. Pode ser que funcione, claro, mas não é regra. Para fazer o bebê dormir tem que blá blá blá… nem sempre. Para você funcionou, para mim talvez (provavelmente) não.
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E não seja invasivo.
Dê o conselho ou a dica quando te pedirem e não as tenha como regra e definidores do relacionamento em “questã”. Se para você funcionou, “bem legal”. Mas se eu não quero fazer, quem sabe o que é melhor para o meu filho sou eu e a mãe dele. Então pode palpitar, mas não tente impor nada. Seja empático e simpático.
Ah, e ache uma ou um pediatra decente. Assim como encontramos na doutora Simone Zandoná uma obstetra porreta, que nos ajudou demais na gravidez.
Achamos uma pediatra que dá vontade de trazer pra casa, pra família. A doutora Patrícia Cardim trabalha no Clínica Crescere Pediatria, é médica intensivista, ou seja, tá no “fervo” quase que diariamente. Sabe o que tá rolando com a criançada e nos aconselha sobre os cuidados e melhores práticas para termos com o Bernardo.
Solícita, simpática, extremamente competente, ela é uma fofa lidando com o Bernardo. Ela é nosso tira-dúvidas mais eficiente que o Google ou as influencers que se empilham numa timeline perto de você. Ela é foda!
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Ser pai não é fácil, mas se você não for preguiçoso e tonto, você vai conseguir criar um belo ser humano. Crie pelo exemplo, ame, ria (ria muito), seja suave, respeite seu parceiro, converse e procure pôr em prática o que você e sua parceira ou parceiro acham melhor.
Seu filho pode até não agradecer no futuro, mas você terá certamente a sensação do dever cumprido.
Eu sou Eduardo Luiz Klisiewicz, marido da Beatriz e pai do Bernardo.
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