“R$ 11 milhões. Esse é o prejuízo estimado aos cofres públicos causado desde 2001 por uma quadrilha especializada em obter benefícios previdenciários de maneira fraudulenta em Curitiba e região metropolitana. A Polícia Federal (PF) cumpriu 19 mandados de prisão, sendo sete de pessoas de uma mesma família que conduziam o esquema, comandado por uma mulher. Outras dez pessoas, que recebiam os benefícios, foram presas. A PF também prendeu dois médicos psiquiatras com clínicas em Curitiba, que forneciam os atestados médicos diagnosticando doenças inexistentes. Os documentos eram essenciais para a obtenção dos benefícios ilegais”.
Não é a primeira vez que se prende uma quadrilha que se dedica a fraudar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Não será a última. Mas é, como sempre, uma vergonha para o Brasil (neste caso, para os paranaenses em particular) ver que há concidadãos que desviavam de forma fraudulenta o dinheiro de nossas contribuições, que é destinado para os aposentados, os pensionistas e os que precisam de benefícios antecipados.
A matéria da repórter Joyce Carvalho na edição de quarta-feira de O Estado conta com detalhes toda a trama sórdida desta quadrilha, que “brincando” levou onze milhões de reais dos cofres públicos – é como se pouco mais de um real de cada um de nós, paranaenses, saísse de nossos bolsos e fosse parar nas mãos dos falsários. Entre eles, o que é horrendo, dois médicos, que arranjavam atestados de depressão e esquizofrenia.
Mais incrível ainda é que eles levaram toda esta fortuna com um esquema amador. Sim, pois somente amadores deixariam escapar o fato de muitos benefícios terem o mesmo endereço (que era de um dos membros da quadrilha). Mesmo com esse deslize clássico, os bandidos conseguiram arrancar o dinheiro do INSS por bom tempo. Até quarta-feira, quando a operação Manjedoura, da PF, foi deflagrada. Foi o maior desfalque descoberto este ano pela polícia. Não foi o primeiro. Não será o último. Para a vergonha nacional.
