Uma estudante, uma universidade, uma acusação grave. A história do possível estupro numa instituição de ensino superior aqui em Curitiba agitou a comunidade local, ano passado. Foram dias de comoção e protesto. Caça a dois supostos marginais e manchas na marca da instituição. Pois era tudo mentira. Foi o que confirmou a polícia, após meses de intensa investigação.
Ainda não se sabe os motivos, mas a garota que fez a denúncia, então vítima, imaginou todo um enredo, descreveu os bandidos em retratos falados, deu detalhes do acontecido. Foi em abril de 2017.
A moça tinha 19 anos. Ao longo das investigações, caiu em várias contradições. Não conseguiu sustentar nenhum fato narrado em seus próprios depoimentos. O “crime” também não teve nenhuma testemunha. A garota, então, assumiu a farsa.
De vítima passou a delinquente. Pode e deve ser responsabilizada por falsa comunicação de crime. Além de manchar a imagem de terceiros, mobilizou o aparato do estado por meses, a fim de investigar um conto juvenil. Estória em quadrinhos.
Pisou na bola
Não se pode brincar com coisa séria. A famosa – e irresponsável – brincadeira de criança, de passar trote pro Corpo de Bombeiros reportando um falso incêndio, ou de ligar pra polícia, depois de levar um castigo dos pais, inventando um sequestro, são tênues exemplos de como se pode prejudicar toda uma sociedade com atos bobos, porém de grande e possível impacto negativo.
Em época de feminismo aflorado, com tantas denúncias verdadeiras de violência contra a mulher permeando as relações sociais, a vítima de outrora não pensou na amplitude da comoção que estava criando. Uma onda que, felizmente, se controlou com o tempo.
Difícil saber o que está passando na cabeça da estudante neste momento. Que seja uma reflexão sadia e renovadora. Aprender com o erro pavimenta novos caminhos de desenvolvimento humano.