Últimos acertos

Carlos Alberto Richa (PSDB), ou simplesmente Beto Richa, tem a corrente semana para dar os últimos retoques em sua equipe para no sábado, dia 1.º de janeiro de 2011, assumir o cargo de governador do Paraná e começar sua gestão. No sábado também termina o melhor período que um político pode viver. Aquele que se inicia com a confirmação da eleição e termina com a posse. Esse é o tempo da “lua de mel” com a vitória no pleito. São dias de comemoração, de descanso e de perder alguns minutos para escolher quem fará parte do círculo de assessores mais próximos. O caldo passa a entornar quando chega a hora de sentar na cadeira principal do Palácio Iguaçu. E, aí, começam as cobranças.

Não cabe questionar, pois ainda é cedo, os escolhidos por Beto Richa para formar o grupo de secretários de Estado e de gestores de empresas públicas e autarquias. O melhor e mais prudente é esperar, dar tempo para que os componentes do primeiro escalão tomem conhecimento das deficiências de cada área e deem início aos seus trabalhos. Alguns nomes podem até suscitar a desconfiança da população. Afinal, trazem em seu histórico acusações de envolvimento em casos de corrupção e desvios de conduta. Mesmo assim, o governador eleito resolveu bancar o desgaste político e apostou com coragem naqueles que crê serem as melhores opções para o momento.

Um desfalque entre os que fazem parte da equipe de Richa merece atenção especial. O deputado federal derrotado por muito pouco na disputa por uma das duas vagas ao Senado, Gustavo Fruet. Ele é do mesmo partido do governador eleito e conquistou uma votação consagradora. Era dado como nome certo no secretariado. É sério, competente e provou isso durante os anos de atuação na Câmara. E por que não foi convocado? Por enquanto, só boatos dão conta de explicar a situação. A questão deve ser solucionada. Fruet tem todas as condições de ajudar o novo governo.

Com a implementação das políticas definidas pelo plano de governo do tucano será possível estabelecer pontos de comparação com gestões anteriores. Fica mais fácil, então, cobrar mudanças de rumo e soluções para os problemas que assolam a sociedade paranaense, muitas vezes camuflados pelo manto da riqueza e da ostentação de poucos abastados, da prosperidade no campo e do avanço da industrialização. A verdade é que o Paraná precisa com urgência dar melhores condições de estudo às suas crianças e jovens, ampliar e melhorar seu sistema de saúde, investir pesado em infraestrutura, ampliando sua malha viária e ferroviária, modernizando seus portos e aeroportos, e garantir que a segurança pública funcione de fato e não só no discurso vazio utilizado por aqueles que estão prestes a deixar o governo estadual.

Além de dar início à sua gestão, Beto Richa terá que cumprir uma promessa que tem o tom de obrigação. Ele anunciou que fará uma auditoria nas contas do Estado. Sem dó nem piedade, deve levantar todos os furos deixados pelos antecessores Roberto Requião (PMDB) e Orlando Pessuti (PMDB). Caso a má administração da coisa pública seja comprovada, que os culpados paguem pelo crime que cometeram. Muitas denúncias foram feitas nos últimos oito anos e não podem ser varridas para debaixo da tapeçaria palaciana.

Serão quatro anos que podem ser transformados em oito. Depende de como o Estado vai estar em outubro de 2014. Tudo conspira em favor de Beto Richa. Basta trabalhar com seriedade e em ritmo forte que a população vai estar ao lado do governador eleito. Desejar boa sorte já é demais, pois a sorte vem com o suor, o afinco e a retidão de caráter. A sociedade paranaense anseia por dias melhores.

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