Estamos em pleno período de negociações eleitorais. Os partidos e os potenciais candidatos à presidência da República e aos governos estaduais buscam apoios para incrementar suas campanhas, suas coligações e principalmente seus momentos na televisão. Cada segundo a mais no horário eleitoral gratuito é disputado a tapa – por mais que a internet tenha aumentado seu poder de influência, é ainda na TV que a eleição pode ser ganha. Ou perdida.
E neste momento ficam escancaradas as fraquezas de todos os candidatos com chance de vitória. Em nome de maior tempo de propaganda e de uma chapa mais robusta, partidos e políticos só não estão vendendo a mãe para angariar apoios. Discursos são quebrados, promessas são revistas, posições são mudadas, a identidade se perde. Se lá em outubro ajudar na eleição, vale tudo.
Fica evidente que a classe política não tem projeto para o País, e sim projetos de poder. Quem se habilita a comandar o Brasil não tem a mínima vergonha de fazer parte de negociações que loteiam o Estado antes mesmo de uma vitória eleitoral. Notórios personagens, muitos investigados pela Justiça – e alguns deles já condenados – são bajulados por conta do poder dentro da máquina partidária.
Nessa batalha política de bastidores, não há vencedores nem vencidos entre os candidatos. Os que conseguem apoio das legendas fisiológicas pagam o preço do abandono das convicções em nome de uma pretensa vantagem. Os que não conseguiram virão a público dizer que não precisam destas alianças, mas vão ficar lamentando a falta de tempo no horário eleitoral.
Se os candidatos só perdem, esses políticos só ganham. Apoiando qualquer governo, da “esquerda” à “direita”, o objetivo deles é atingido: estar no poder, mexer com o dinheiro público, manter as mumunhas de sempre.
E o Brasil também perde. Perde ao ver que os candidatos estão dispostos ao “toma lá, dá cá”, veem nomes perversamente conhecidos continuarem no centro do poder e principalmente ao notar que o futuro do País pouco importa para quem faz tudo por uma eleição.