Toda virada de ano o assunto transporte público entra na pauta. Mexe no bolso das pessoas. E o ruim é que só se discute isso: o valor da tarifa. E seus adendos, claro. Principalmente o subsídio proveniente do governo estadual. Precisamos avançar. Construir uma pauta que permita ao município modernizar verdadeiramente o sistema.
Reajuste deveria ser uma questão meramente contratual, de uma operação saudável e bem avaliada por uma imensa população usuária. Curitiba já esteve na vanguarda disso. Ainda é, de certa forma, referência. Não apenas pelos seus aspectos positivos, mas pelos negativos encontrados por aí.
Muito pouco pra uma cidade que inovou com vias estruturais exclusivas, ônibus articulados, biarticulados, ligeirinhos, alimentadores, terminais integrados, embarque elevado, biodiesel e eletricidade nos motores.
Tudo isso recheia uma história que orgulha os curitibanos, mas está no passado. Mobilidade urbana é uma necessidade que cresce e se complica a cada ano. Nosso trânsito já apresenta problemas típicos de grandes metrópoles em alguns horários e vias. E que projetos estão em curso pra combater algo certo?
Realidade
A conta é simples: quanto mais carro na rua, maior a bagunça. E o que faria os cidadãos deixarem o carro como segunda opção? Aí incluídos os de aplicativos. Agilidade, segurança, conforto, limpeza e bom preço, talvez. Há esse conjunto de condições na linha que passa perto da sua casa?
São esses pontos que o poder público precisa discutir. Rever contratos com prestadores, agregar novos parceiros privados pra desenvolver o sistema. A tarifa deve ser uma consequência de algo justo e bem feito. Qualidade conquista preferências, tenham certeza.
A definição da tarifa, num cenário de atendimento adequado, rápido, seguro e limpo, seria pautada apenas pela equalização social. O preço tem que caber no bolso de uma maioria. Os menos favorecidos devem conseguir pagar. Aí sim entra na conta o subsídio do poder público. Seja estadual, compensando as integrações intermunicipais, ou municipais, com forte olhar social. É assim na maioria dos países desenvolvidos. Em Londres, por exemplo, o subsídio público chega a 50%. Mas a coisa funciona.
Em Curitiba a nova tarifa de R$ 4,50, já está valendo. Tomara que ajude a bancar novas ideias. E que até o final do ano a pauta se encorpe, pra que não percamos mais tempo discutindo, apenas e tão somente, quanto custa passar na roleta.