A charge foi originalmente publicada sexta-feira, no Instagram da Gazeta do Povo. Nos três quadros pintados na parede, os três poderes retratados. No salão do museu, assustam mãe e filha.
Olhar obstruído assim como a escultura A Justiça, obra do artista plástico mineiro Alfredo Cescchiatti, erguida em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ela tem vendas a fim de representar a imparcialidade da justiça, e carrega uma espada simbolizando força, coragem, ordem e regramento jurídico.
Depois das últimas interpretações constitucionais, causadoras inclusive de dissabores institucionais graves, será que a essência artística continua se justificando na vida real?
Praça dos três poderes
Paixão une à “Justiça” as imagens do Congresso e do Palácio do Planalto. A plaquinha “Exposição obscena” está ali, estrategicamente pendurada. Infelizmente, a falta de comprometimento ético nos faz ter medo de tudo o que acontece e é decidido nesses três locais.
Este é, seguramente, o maior problema atual do País: o descrédito dos cidadãos nas instituições. Se o afastamento de Aécio Neves, decidido na primeira turma do STF, foi juridicamente inadequado, a falta de uma investigação célere de tudo o que envolve o nome dele justifica a revolta com a posterior devolução do mandato ao senador mineiro. Só um exemplo.
Como entender as duas denúncias recusadas pela Câmara dos Deputados, relacionadas ao presidente Michel Temer? Uma delas ainda vai a plenário, mas o arquivamento é certo. Quer dizer que a mala de dinheiro carregada pelo assessor de luxo Rodrigo Rocha Loures era de mentirinha? Só mais um…
Virou bagunça; arte da pior qualidade em Brasília. Obscena! Mais que o peladão do museu paulista. Até que essa classe política se renove, é melhor mesmo que as crianças mantenham os olhos fechados.