Ele ajudou a eleger o presidente que o convidou pra ser ministro. Foi a frase mais dita por quem milita no grupo derrotado nas últimas eleições presidenciais. Será possível sustentar uma análise tão simplista assim? Não nos parece correto. Mas, indiscutivelmente, Jair Bolsonaro marcou um golaço.
O juiz Sérgio Moro aceitou o convite e vai ser ministro da Justiça. Uma pasta encorpada, com ampla ação no combate à corrupção, fraudes e criminalidade. Considerar que Bolsonaro o convocou pensando apenas nos dividendos populares é pura mesquinhes intelectual.
Moro é um dos principais especialistas no assunto e goza de confiança irrestrita da grande maioria do povo brasileiro. Espera-se dele que faça prosperar em todo o país as sementes plantadas no âmbito da Operação Lava jato, onde ele aplicou a lei com dureza e correção. Tanto que suas decisões foram praticamente todas confirmadas em instâncias superiores. Algumas até com majoração de pena, como no caso do ex-presidente Lula.
Aliás, ele não tirou Luiz Inácio do páreo presidencial. Mas os crimes cometidos pelo petista sim. Tivesse Moro pretensões políticas, teria se lançado candidato a qualquer cargo. Inclusive o de presidente. Não nos resta dúvidas de que seria eleito.
Preferimos acreditar que o magistrado pautará sua atuação, agora no poder executivo, com boas ferramentas em mãos, com a mesma retidão, competência e critério com que agiu nos quatro anos em que esteve à frente dos processos da maior operação de combate à corrupção que já existiu no Brasil. Foi este conjunto de ações que o levou a Brasília, nas asas de milhões de brasileiros que sonham viver num país melhor. Onde corruptos paguem pelo mau que causam à sociedade.
E agora?
Há, sem dúvida, a preocupação de como vai ficar a Lava jato pura, aqui de Curitiba. Que não era apenas a figura de Moro. Há uma equipe imensa de policiais federais, procuradores e promotores. Que trabalham entrosados. Na 13ª Vara da Justiça Federal, que Sério Moro está abandonando pra virar ministro, há uma juíza substituta que segue a mesma linha do titular. Portanto a esperança é que o trabalho continue. De maneira mais forte ainda, agora com um representante de elite escalado no alto escalão da República. Vale lembrar que Moro passa, entre outras funções, a chefiar a Polícia Federal.
Boa sorte a ele nesta nova missão. O povo brasileiro tem nele muita confiança.
+ APP da Tribuna: as notícias de Curitiba e região e do trio de ferro com muita agilidade e sem pesar na memória do seu celular. Baixe agora e experimente!