Alguns paranaenses postulam se candidatar ao governo do Estado em 2010. Poucos podem dizer que têm o direito de pensar nisso. Pessoas como o senador Osmar Dias (PDT), que perdeu a última eleição para governador por pouco mais de dez mil votos. Ou como o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), que é hoje o político mais popular do Paraná. E certamente o vice-governador Orlando Pessuti, que inclusive é pré-candidato do PMDB.

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Pessuti tem razões para ser candidato. Primeiro, pois está no auge de sua vida pública, aliando experiência e ousadia. Segundo, porque pode contar (caso saia mesmo como postulante ao Palácio Iguaçu) com uma boa máquina partidária. E principalmente pelo fato de poucos paranaenses saberem tanto quanto ele do atual momento do governo paranaense.

O vice-governador não ficou apenas nos gabinetes, como figura decorativa. Foi às ruas, acumulou o cargo de secretário da Agricultura, trabalhou bastante, não deixou de fazer política. Por isso, é um candidato crível, e que sonha em ser julgado pelas urnas.

Mas ele precisa avisar aqueles que seriam, em tese, seus principais correligionários – o governador Roberto Requião e seus áulicos. É o que mostrou a matéria da repórter Elizabete Castro na edição de ontem de O Estado: “O encontro entre o senador Osmar Dias (PDT) e o vice-presidente estadual do PMDB, deputado estadual Luiz Claudio Romanelli, causou desconforto entre peemedebistas. Entre eles, Orlando Pessuti. Ele pediu uma reunião às pressas com a bancada, anteontem à noite, para entender melhor as razões da conversa, realizada domingo pela manhã em Curitiba e que teve como tema a sucessão estadual do próximo ano”.

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O PMDB e, principalmente, o governador, precisam ter em mente que, antes de pensar em articulações, têm a obrigação de dar força à candidatura própria. É inacreditável que o vice-presidente estadual do partido abra conversas que afastem o nome “da casa” de uma disputa eleitoral. Uma traição neste ponto da carreira política pode fazer Pessuti repensar tudo o que cultivou em anos de vida pública.