Certas coisas são difíceis de entender. O poder público tem a obrigação de zelar pelos cidadãos, correto? E deveria buscar agradar a maioria, correto? (Há cerca de cinquenta anos, Carlos Lacerda disse que uma decisão governamental tem que ser favorável ao maior número de pessoas – se atendeu a maioria, comentava, então foi uma boa decisão.) Mas, aqui no Paraná, esse “reino das maravilhas” para alguns, as coisas não são assim.
A repórter Luciana Cristo foi à região metropolitana de Curitiba e relatou um pedido da população: “O pedido de duplicação da PR-092, conhecida como Rodovia dos Minérios, levou moradores da região a iniciar ontem uma mobilização, no posto da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), com distribuição de adesivos que destacavam: “Rodovia dos Minérios: Duplicação Já!’. A rodovia liga Curitiba a Rio Branco do Sul, na região metropolitana. São frequentes os acidentes envolvendo automóveis, motoristas e pedestres no trecho”.
Aí, como manda o jornalismo sério, a repórter foi ouvir o governo do Estado, responsável pela rodovia: “Até o momento, o governo estadual não tem um projeto para duplicação da PR-092, segundo informações da Secretaria de Estado dos Transportes (Setr). Por meio de sua assessoria, a Setr informou que o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) faz a conservação constante da via”.
Pois bem. Até pode se entender que não haja uma prioridade para a duplicação da PR-092. Por mais que sonhemos com estradas bonitas e duplicadas em todo canto, no mundo real não é assim, infelizmente. Mas espera-se que, pelo menos, o governo tenha um projeto, para que seja colocado em prática assim que surja a oportunidade, ou que haja uma grande necessidade.
Ao mesmo tempo, como é a “conservação constante da via” anunciada pela Secretaria de Estado dos Transportes? Será que existe, pois os acidentes acontecem em grande número na Rodovia dos Minérios. Em sete meses, foram 48 acidentes. Cinco pessoas morreram. Alguém pode dizer: “é pouco”. É possível responder: é o suficiente para o poder público se voltar com mais atenção a um pedido da sociedade.
