Como abraçar uma cidade e ser abraçado por ela? A resposta para esta pergunta é o que nos move a continuar na Tribuna. Para criar no leitor a empatia necessária para que façamos parte de suas vidas, é necessário, antes de tudo, abrir os braços (e ouvidos) para ele. É olhar com cuidado para os problemas que os cercam e ouvir com atenção as demandas que eles nos trazem. É nas ruas, nos bairros e nas vilas da nossa Grande Curitiba que estão os problemas e anseios reais.
Atento a isso é que decidimos abraçar a seleção brasileira feminina de futebol. Logo após a estreia das meninas na Copa do Mundo, estampamos a capa da edição seguinte com o show contra a Jamaica. Repetimos a iniciativa quarta passada, após vitória contra a Itália e hoje, independente do resultado. Fazemos porque acreditamos que é certo, mesmo que os números de audiência digam o contrário para o “negócio Jornal”. Infelizmente, o número de visitantes nestes conteúdos é menor, mas são menores também os investimentos em patrocínio que o futebol feminino recebe e o espaço que ele tem nos noticiários. Nem por isso elas param, nem por isso nós paramos.
Por acaso a Marta parou?
Mesmo tendo que encarar uma vida de preconceito, ganhando menos de 10% do que ganham alguns pernas de pau do futebol masculino e tendo que buscar o seu sustento fora do Brasil por não encontrar no “país do futebol” estruturas mínimas que lhe possibilitem viver de bola, ela não parou. Marta é a melhor jogadora de futebol feminino de todos os tempos, maior artilheira do Brasil em Copas do Mundo (entre homens e mulheres), além de gozar de um talento e simpatia raros em jogadores de futebol como um todo.
É este tipo de gente, este tipo de causa que a Tribuna abraça. Como os Caçadores de Notícias. Na semana que passou demos voz ao senhor Alberto, um aposentado de Curitiba que tinha o sonho de encarar uma jornada incrível de 15 mil quilômetros pela América do Sul, na boleia do seu Fiat 147. Ele fez, aconteceu e teve seu sonho transformado em reportagem na Tribuna.
E que tal o sonho da jovem Camila de 18 anos? Já contamos a história dela por aqui, mas vamos relembrar. Ela é portadora da Síndrome de Rett, que é uma anomalia genética que causa desordem no desenvolvimento neurológico quase que prioritariamente em mulheres. Quando publicamos a história, pedimos em nome da família a doação de uma cadeira de rodas que tornaria menos penoso o cuidado com Camila. Ao longo dessa semana traremos uma notícia excelente para esta família. Daquelas que reforçam nossa fé nas pessoas e mostram que às vezes só conseguimos abraçar quem precisa, pois fomos abraçados por quem quer ajudar.
Isto é empatia. Isto é Tribuna