“Proibir ou não o fumo em locais fechados? Fora a gripe A, os efeitos da restrição dos cigarros e outros derivados de tabaco e a extinção dos fumódromos tomam conta das discussões em todo o País. Nesta semana, a Assembleia Legislativa do Paraná vai analisar o projeto de lei que está tramitando sobre o assunto. A Câmara Municipal de Curitiba já aprovou a lei antifumo na cidade, proibindo o consumo de cigarros em ambientes de uso coletivo público ou privado e a existência dos fumódromos”.

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Assim começa a matéria da repórter Joyce Carvalho, principal destaque da edição de domingo de O Estado. A discussão sobre o fumo, os fumantes e os espaços destinados a eles está muito quente. Parte de um princípio complicado – os direitos individuais. Mas termina em uma situação clara – é um caso de saúde pública. Como atender duas situações que podem ser tão distantes?

Neste caso, são mesmo. Proibir o cigarro em todos os ambientes públicos fechados e impedir a instalação dos fumódromos é uma atitude extrema, que será tomada por interesse geral. Querendo os fumantes ou não, é dever do poder público cuidar da saúde de todos, e todos sabem os malefícios do cigarro, não só para quem os fuma, mas também (e, neste caso, principalmente) para quem não fuma. Os “passivos”, como são chamados, correm risco -aponta o Instituto Nacional do Câncer que sete pessoas que nunca colocaram um cigarro na boca morrem todo dia de doenças ligadas ao tabaco.

Mas, por incrível que possa parecer, há quem possa alegar que o impedimento represente um “preconceito”. Afinal, fumantes podem acabar sendo impelidos a abandonar recintos ou desistir de ir a bares ou restaurantes por que não podem fumar. É, nesta linha de pensamento, um cerceamento a um direito individual.

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Entretanto, não podemos mais fugir aos riscos do tabaco. São mais de 4.700 substâncias tóxicas entrando em nosso corpo a cada cigarro consumido. As chances de doenças como o câncer aumentam assustadoramente. Por isso, não é possível admitir que outras pessoas paguem pela fumaça alheia.