O juiz da 4.ª Vara da Fazenda Pública, Douglas Marcel Peres, reafirmou sentença que afastou o ex-secretário da Educação, Maurício Requião, do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). (…) Na sentença que emitiu em julho deste ano, Marcel Peres concluiu que houve um descompasso de prazos, que definiu descreveu como um “vício formal e insanável’ na forma de escolha do irmão do governador Roberto Requião (PMDB), indicado pela maioria dos votos dos deputados estaduais.
No círculo de amigos do governador do Paraná, que claramente é o mesmo do seu irmão, era dado como certo o retorno de Maurício ao TCE-PR. Alguns diziam, inclusive, que ele estava pronto para reassumir após a decisão da Justiça. Pois, então, aconteceu o contrário. E aconteceu o esperado pela sociedade, que não admite mais a pressão e o privilégio na administração pública.
Premido pelas circunstâncias, Maurício Requião deixou a secretaria da Educação e foi indicado para o Tribunal de Contas – tal como o outro irmão do governador, Eduardo, que deixou a superintendência da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e assumiu o inusitado cargo de chefe do escritório de representação do Paraná em Brasília – que serve, no final das contas, como estúdio para que os aliados do governador sejam entrevistados para a TV Paraná Educativa pelo jornalista Carlos Chagas.
Só que Maurício não esperava (e o governador também) que a reação fosse tão organizada. Em vez de apenas espernear, a oposição foi à Justiça e conseguiu cancelar a indicação do irmão para o TCE-PR, órgão da maior respeitabilidade e importância dentro do jogo democrático. Ele pode até ser eleito, mas não pode chegar lá só por ser irmão do governador, em uma escolha que era viciada desde seu início.
Mas, até onde se sabe, Maurício Requião não está parado. Como não foi para o Tribunal, ele continua responsável pela educação paranaense – claro que sem o cargo formal de secretário. São dele as decisões que influenciam a vida de milhões de estudantes, e não da atual secretária, mero fantoche do irmão do governador.
