Extintores inflamáveis. Cuidado!

Enquanto o fogo arde, o governo frita. É assim. Desde janeiro desse ano, qualquer motivo, por menor que seja, é suficiente pra Bolsonaro e seus atentos ministros saírem da linha. Imagine então, amigo leitor, quando temos mais de 200 mil quilômetros quadrados em chamas, na maior floresta do mundo. A Amazônia ganha os olhos do planeta e escancara, mais uma vez, a falta de habilidade da turma que habita o Planalto.

Primeiro que o problema é muito sério. Sim, todos os anos acontecem queimadas. Não só aqui. Até em regiões onde não se imagina as labaredas causam estragos. Exemplo de tragédia atual é o Círculo Polar Ártico, que está sendo devastado em fenômeno sem precedentes na história. Há gigantescos focos de incêndio na Groenlândia, na Sibéria e no Alasca produzindo fumaça que pode ser vista do espaço.

Maior

Mas por aqui, o tamanho da fogueira aumentou 83% em relação ao ano passado. Absurdo fora de qualquer padrão. Isso demonstra que algo não vai bem. É possível que as condições climáticas colaborem pra essa elevação da tragédia? Claro que sim. Mas não a patamares como aos que estamos assistindo.

Aí o cidadão busca se informar sobre o que está acontecendo e encontra o presidente do país falando bobagem. Dizer que ONGs estão incendiando, e que governadores podem estar fazendo corpo mole pra combater é risível.

Pior é imaginar que tudo não passa de uma união de presidentes que representam a esquerda mundial pra derrubar um governo que está revolucionando o Brasil. Pois foi isso que tuitou o chanceler Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores. Na opinião dele, estão usando “falsidades ambientais” pra enfraquecer o país.

Não é por aí, definitivamente.

É claro que adversários vão sempre se aproveitar de momentos de fragilidade pra atacar.  Há sim pessoas sem escrúpulos usando a tragédia pra detonar Jair Bolsonaro. O que também é inaceitável.

Mas o problema existe, está aumentando, e a necessidade de combatê-lo é imperiosa e urgente. O presidente eleito, que tem sim uma gigantesca parcela da população ao seu lado, apoiando sua postura em vários aspectos, tem o direito de detonar quem bem entender. Desde que resolva as adversidades.

Primeiro apague o fogo. Trabalhe pra evitar que novos incêndios aconteçam. E depois dê entrevistas. Que tal combinarmos assim?

Do contrário, é como termos extintores intencionalmente carregados com gasolina.

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