Falar de política é chato, mas necessário. Todo cidadão depende dos eleitos pra melhorar, ou piorar, de vida. As escolhas registradas na urna, válidas por quaro anos, merecem todo carinho e atenção, portanto. E aí; já sabe o que fazer? Se a resposta é não, fique tranquilo. É assim que pensam 6 em cada 10 brasileiros, que estão indecisos ou não querem votar em ninguém.
A classe política não se ajuda. Quinta passada tivemos na TV Bandeirantes o primeiro debate entre candidatos à presidência. E foi muito ruim. Nenhuma proposta clara. A mesma verborragia de sempre embalando promessas fáceis na lábia, mas difíceis no mundo real. O nosso mundo.
Todos falam, por exemplo, em repactuar o Sistema Único de Saúde. Outro inclui no papo investir pesado em saneamento básico. Nenhum deles, entretanto, diz como ou o que vai fazer. Padecem, todos, da síndrome do “blábláblá”. Álvaro Dias, então, fala em refundar a República, mas não conta quantos metros cúbicos de concreto será necessário.
Um a um
Este primeiro encontro mostrou um Jair Bolsonaro (PSL) surfando na falta de habilidade dos demais. Parece que há um complô pra que a vitória caia no colo do capitão. Tudo o que os outros falam e fazem soma dividendos a ele.
Foi possível ver um Geraldo Alckmin (PSDB) apreensivo, consciente de que está bem atrás na corrida, e com sérias dificuldades. É o campeão do discurso liso e fácil.
Marina Silva (Rede) é um ícone. Quase café com leite. Fala com desenvoltura, conecta palavras, mas não ideias. Parece desconhecer completamente como as coisas funcionam, que possibilidades teria pra agir caso eleita.
Ciro Gomes (PDT) tenta angariar fãs que apreciem seu tom raivoso. Virou “meme” ao prometer, ao vivo, em rede nacional, tirar os nomes dos devedores das listas dos cadastros restritivos de crédito.
Guilherme Boulos, do PSOL, disparou pra todo lado. Pra ele, são todos adversários do povo, compadres do golpe. Discurso que rui ao sabor do vento. Busca se enquadrar à força como novo Lula, que não foi nem mandou representante.
Henrique Meirelles (MDB) e Cabo Daciolo (Patriota) estavam lá. O primeiro tentando provar que entende, sem se fazer entender. E o segundo editando frases de efeito que forraram as mídias sociais.
A corrida eleitoral está só no começo. E não vai ser fácil, amigo. Voltaremos ao assunto.