A morte de Abdo Aref Kudri, diretor-presidente do jornal Diário Popular e presidente da Associação das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Paraná e do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Paraná, deixa uma lacuna difícil de ser preenchida. Ele partiu ontem, vítima de um ataque cardíaco, no hospital Santa Cruz, em Curitiba, onde estava internado.
Para entender qual é a lacuna, melhor ler o relato da repórter Joyce Carvalho, contando a reação do empresário Paulo Pimentel à morte do amigo: “Ele afirma que Kudri possuía um temperamento pacificador e conciliador. “Sempre foi um jornalista batalhador. Criou a associação (dos Proprietários de Jornais e Revistas do Estado do Paraná) e, posteriormente, o sindicato. Foi um dos pioneiros. Ele previu a evolução dos sindicatos em substituição às associações. Ele liderava a classe porque tinha um temperamento pacificador. Era como um algodão entre os cristais’, conta”.
Se ainda não ficou claro, é só ver a reação generalizada da sociedade paranaense no adeus a Kudri. Até mesmo o governador do Estado, Roberto Requião, tão avesso ao contato com os jornalistas, decretou luto oficial de três dias, lamentando profundamente o fato da mesma maneira que o prefeito de Curitiba, Beto Richa.
Este espírito pacificador fará falta. Líder na comunicação do Paraná, Kudri tinha a autoridade (dada por seus pares) para promover entendimentos mesmo quando eles pareciam distantes. E também tinha a condição de conversar com políticos de todas as tendências sem criar qualquer tipo de atrito.
Neste tempo de intolerâncias em muitos setores, a elegância de Abdo Kudri fazia a diferença no convívio da sociedade civil. Ele nunca deixou de se posicionar, mas nunca permitiu que decisões particulares influíssem no propósito maior – que, para ele, era o crescimento da comunicação paranaense, exercida com liberdade e responsabilidade. Por isso, e por tantas outras virtudes, Kudri será sempre lembrado pelos paranaenses.
