A matéria é triste ao tratar do possível fechamento de um negócio. Ao mesmo alegre, ao demonstrar o engajamento da sociedade em ajudar ao próximo. E tetricamente alarmante por confirmar que nossa economia teima não sair da UTI. Se já não está mais respirando por aparelhos, segue dependendo de alimentação parenteral e monitoramento constante pra não decair.

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Contamos semana passada a história do casal Erik Fillies e Mariana Guedes. Ele chef de cozinha, ela publicitária. Donos do restaurante Cozinha Pirata, no Jardim das Américas. Nos últimos tempos estavam vendendo uma média de cinco a seis pratos feitos por dia, movimento insuficiente pra ao menos pagar as contas.

Certo dia venderam apenas uma refeição. E anunciaram nas redes sociais que iriam fechar as portas. Aquele almoço com apenas um cliente foi a pá de cal. Em pouco tempo o texto atingiu milhares de pessoas e o movimento melhorou.

A realidade exposta na reportagem, assinada pelo jornalista Guilherme Grandi, da Gazeta do Povo, e publicada aqui na Tribuna, não é exclusiva da dupla ora personagem. Muitos empresários não tiveram a mesma sorte e, nos últimos anos de intensa crise, fecharam as portas. Placas de imóveis comerciais pra alugar se acumulam na paisagem da cidade.

Tartaruga

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Já temos quatro meses de novo governo e, por enquanto, pouco aconteceu pra mudar este panorama. A reforma da previdência segue na velocidade habitual do parlamento brasileiro, com longa tramitação pela frente, e outros projetos, como a reforma fiscal, ainda aguardam espaço na pauta.

Na virada do mês o presidente Jair Bolsonaro assinou medida provisória (MP) para reduzir a burocracia do estado sobre empresas e empreendedores. Uma série de alterações para facilitar a abertura de novos negócios e garantir a livre iniciativa e o amplo exercício da iniciativa privada. Negócios de baixo risco, por exemplo, poderão ser tocados sem depender de qualquer liberação.

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Muito legal, desde que as iniciativas empreendedoras encontrem um ambiente de confiança e otimismo para prosperar. E isso ainda não está muito legal. É necessário que o time econômico entre de cabeça no jogo e que o líder maior da nação consiga propagar uma onda de confiança verdadeira na iniciativa privada, que é o verdadeiro motor da nossa economia.

Ou essa roda gira, ou os meses e anos de sofrimento vão continuar.