A semana começa já com a certeza de uma dura realidade brasileira: as greves. Quarta-feira, muitos dos serviços mais úteis à nossa vida cotidiana vão ser afetados. A bronca do momento é a reforma da previdência. Várias categorias estão indignadas. Sem conhecer profundamente o assunto, é bem verdade.
Policiais civis, motoristas e cobradores de ônibus foram os primeiros a anunciar que cruzariam os braços. Mas pode colocar na lista agentes da saúde, metalúrgicos, servidores públicos em geral. Entre eles, professores. Os municipais, que estavam quietos, confirmaram no fim da semana que vão aderir.
A lei
Greve é um direito constituído. Está lá, no artigo 9º da Constituição, inserido no conjunto dos direitos sociais. Desde que respeitados limites que preservem as necessidades inadiáveis da comunidade, conforme prega o parágrafo primeiro deste artigo. Não sendo respeitado isso, sujeitos estão os envolvidos às penas da lei, como assevera o parágrafo seguinte.
Paralisações estão se banalizando no país. Algumas integram, há muito tempo, o calendário anual do cidadão. Que já sabe que em alguma época ficará sem serviço bancário, noutra sem transporte público, em seguida terá que deixar os filhos com parentes por causa dos protestos de professores.
Depois de amanhã será um dia em que esses serviços todos serão afetados. A pauta oficial única é bem clara, contra a reforma previdenciária. Mas cada time tem, também, suas reivindicações próprias. Isso vai, certamente, complicar e dividir as atenções. E algumas paralisações podem se alongar.
Respeito
O que importa, mesmo, é que se respeite a população. Que os protestos não interfiram de maneira aguda na vida das pessoas. Nenhuma das últimas greves foi assim. Parece que a regra preferida é chamar a atenção prejudicando o lado mais fraco, sempre. É isso que precisa mudar. Por que não incomodar apenas quem tem poder pra atender, ou encaminhar, as demandas defendidas? De que adianta bloquear ruas e fazer a mãe perder a consulta do filho? Ou impedir que uma criança assista à necessária aula? O que tem a ver com a aposentadoria dos outros?
Direito, é direito. Todo tem!