Toda mudança de governo parece que é a mesma coisa. Os que saem juram de pé junto que ficou dinheiro em caixa pra pagar os compromissos. Os que entram passam os primeiros dias dando uma geral e depois dizem que não é bem assim, que será necessária uma auditoria e que a grana prometida não existe. Pois estamos com novo governo no Paraná e, de novo, a história se repete.

continua após a publicidade

Durante a fase de transição a ex-governadora, Cida Borghetti, chegou a anunciar que estava deixando mais de R$ 5 bilhões nas contas bancárias, sendo perto de R$ 2 bi de superávit financeiro. Número que caiu pra menos de R$ 500 milhões agora no início do ano.

Ratinho Júnior assumiu de maneira austera. Mandou passar pente-fino em tudo e, numa de suas primeiras medidas, contingenciou 20% do orçamento em todas as áreas. Por mais que existam críticas, pois setores como educação, saúde e segurança foram igualmente impactados, isso é bom. Demonstra zelo com o dinheiro público e dá tempo pra que decisões corretas sejam planejadas.

A maior esperança dos cidadãos é que pessoas responsáveis assumam poderes, desempenhem papeis de representantes do povo. Cuidem bem daquilo que é coletivo. Ratinho Júnior, inegavelmente, é o governador com perfil menos político que já tivemos, mesmo sendo um há bastante tempo.

continua após a publicidade

Mas é mais jovem. Teve menos tempo de se amarrar em conchavos e amizades que custam, muitas vezes, a credibilidade da carreira pública. Estudou conceitos modernos de administração e tem perfil mais empreendedor.

Por isso, as medidas de austeridade tomadas neste início de mandato podem fazer o povão manter os níveis de esperança em alta.

Futuro

continua após a publicidade

O Paraná não vive um ciclo real de inovação e modernidade há muitos anos. Somos dependentes do agronegócio, o que não é ruim, mas nos deixa reféns de um único setor. O mundo hoje é digital e há espaço pra que o nosso estado crie ambientes de empreendedorismo, nos quais consiga estimular o protagonismo do nosso povo.

Pensando assim, tocando o estado como se fosse uma grande empresa, pode ser que daqui a quatro anos essa discussão de quando fica no caixa para a próxima gestão nem apareça no noticiário. Pode ser melhor discutir o quanto crescemos e quais serão os novos rumos de sucesso em solo paranaense, com muitas ideias na mesa.