O Brasil está sob novo comando. Presidente, ministros, primeiro escalão renovado e de perfil diverso do adotado nos últimos governos. Várias medidas de austeridade foram prometidas. Uma delas pode impactar diretamente no planejamento dos nossos times de futebol: o fim do patrocínio da Caixa. É o que deve acontecer, se depender do ministro da Economia, Paulo Guedes.

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Como sempre, no campo fértil e quase sempre anônimo da internet, a discussão ganha cauda longa em águas rasas. A maioria das pessoas, naturalmente, apoiando a ideia. “O que? Investir essa grana toda em time de futebol é um absurdo!” Desde 2012, segundo dados do portal InfoMoney, a estatal já gastou mais de R$ 660 milhões com esse tipo de patrocínio.

Guedes ressaltou, numa das suas primeiras entrevistas, que essa modalidade de investimento tem representado 25% da verba de publicidade do banco. No ano passado, por exemplo, o Atlético ficou com R$ 6 milhões, o Paraná com R$ 5 milhões e o Coxa com R$ 3 milhões.

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O que não se viu até agora foram análises do retorno desse investimento. Está valendo ou não depositar toda essa grana na conta dos clubes e das competições? Qual o valor da exposição que a Caixa está tendo? Há outras prioridades?

A discussão não pode ser política ou flertar com ideologias. Trata-se de uma questão técnica. No varejo dos serviços bancários, é claro que publicidade é uma boa e indispensável arma de negócio. E deve ser usada com inteligência. Se investir “X” milhões no time “A” ou “B” está rendendo audiência positiva, que se continue. Agora, se gastar “X” centavos no clube “C” ou no campeonato “D” não atinge o público e o retorno esperados, que se corte a verba.

Critério

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O Brasil é o país do futebol. Aliás, é uma nação eminentemente esportiva. Temos várias modalidades de alto rendimento e sucesso. Muitas delas com histórico apoio de empresas estatais. Deve-se, sim, ter essa medida de valor investido e retorno esperado sempre pautada por critérios justos, com o cuidado de não permitir que escolhas sejam influenciadas por favoritismos pessoais.

O problema não são os milhões que protagonizam esta nova novela. Mas, sim, o ar negativo de corrupção que paira sobre qualquer discussão que trate de dinheiro público. Este é o principal problema a resolver. O investimento planejado em publicidade esportiva pode não ser um gol contra. Olhos atentos, portanto, ao que interessa. E nossos times que comecem a buscar opções.