Um despacho recente da Agência Estado dá o tom de otimismo da economia brasileira para os próximos anos, notadamente o 2010 vindouro: “Depois de um ano difícil, em decorrência da crise internacional, o crédito na economia brasileira tem tudo para “bombar’ em 2010. A expectativa é tamanha que há quem diga que o desempenho nessa área pode fazer o País crescer mais do que os analistas esperam hoje. Além do apetite dos bancos, que projetam, em média, expansão de 20% de suas carteiras, o potencial de empréstimos será engordado por operações realizadas recentemente no setor, sendo a principal delas a oferta pública de ações do Santander na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

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Juntando esses dois fatores, o crédito total pode ter reforço de até R$ 500 bilhões no ano que vem – para se ter uma ideia, em 2009, o estoque de empréstimos no País deve avançar R$ 180 bilhões”.

A notícia é importante, porque reafirma a saúde da economia e garante um início de trajetória ascendente que o País deve seguir nos próximos anos – seja quem for o próximo presidente eleito no ano que vem. A rápida recuperação do Brasil ante a crise financeira internacional, os resultados melhores que a maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, e a agenda positiva que vem por aí (com a realização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016) são fatores que atrairão os investimentos estrangeiros, promovendo o aumento de receitas definitivas, gerando muitos empregos e acelerando sensivelmente a economia.

Não seria exagero dizer que o Brasil crescerá quinze ou dezesseis anos nos próximos seis (adaptando a famosa frase de Juscelino Kubitschek, que promoveu os “cinquenta anos em cinco”). Muito do que se previa para o País para 2020 ou 2025 terá que acontecer antes, principalmente em termos de infraestrutura, para a adequação aos grandes eventos esportivos de 2014 e 2016. As principais cidades terão que sofrer intervenções brutais para estarem à altura da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Aeroportos e portos, nossas portas de entrada, vão se modernizar para receber turistas e produtos de toda parte. O transporte público se organizará. As estradas vão melhorar. Os índices de saneamento terão que melhorar muito.

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Tudo, portanto, a favor. E além de todo o investimento que o poder público poderá fazer a partir de 2010, haverá este grande aporte financeiro vindo de fora e a ajuda que os bancos vão dar. O crédito será o principal combustível para um crescimento maior do que o esperado, como já preveem alguns economistas. E esta é uma grande vitória de um projeto, que não é de agora, mas de quinze anos.

Sim, pois não adianta falar que a estabilidade da economia brasileira é um triunfo exclusivo dos presidentes Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Muito menos de seus ministros da Fazenda – o próprio Fernando Henrique Cardoso, Ciro Gomes, Rubens Ricúpero, Pedro Malan, Antônio Palocci e Guido Mantega. A estabilidade é uma vitória de um grupo de profissionais que, liderados pelos presidentes e ministros citados acima, tiveram a liberdade para conduzir a política monetária da melhor maneira possível, que nem sempre é a mais popular.

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Um exemplo? A política conservadora da taxa básica de juros. Apesar das últimas reduções, ainda temos uma das taxas mais altas do mundo. Mas era preciso, assim como outras decisões que principalmente o Banco Central teve que tomar desde o lançamento do Plano Real, em 1994. Como dizem os analistas políticos, às vezes é necessário parar – ou mesmo dar um passo atrás – para depois dar um salto à frente. Nos últimos tempos, parecíamos estar vivendo na marcha-ré. Agora, estamos prontos para dar um salto sonhado por gerações: o da transformação definitiva do Brasil em um país desenvolvido.