A notícia é boa. Foi contada na edição de quinta-feira de O Estado, pelo repórter Hélio Miguel: “A cesta básica de Curitiba fechou o mês de julho com o valor mais baixo do ano. Segundo divulgou ontem o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no mês passado um trabalhador gastou, na capital, R$ 206,71 por mês com a alimentação essencial. Em julho, o conjunto de alimentos básicos caiu 3,19% em relação a junho, o que mantém o índice de 2009 em -9,89% e o acumulado dos últimos 12 meses em -15,39%. A redução, neste período, é a maior entre todas as capitais pesquisadas”.

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Mas ela tem prazo de validade, como também conta a matéria: “O Dieese afirma que a baixa na cesta básica curitibana não deve se sustentar em agosto”.

A economia é assim. Não podemos reclamar dos dados apurados nos últimos doze meses. Com crise e tudo (e talvez um pouco por causa dela), o preço da alimentação básica diminuiu mais de 15%. E os mais beneficiados são os que recebem os menores salários. É sobre eles que recai o grande impacto do preço da cesta básica, pois os alimentos acabam sendo o principal gasto de uma família de baixa renda.

Assim, é certo que o fato é extremamente positivo. Quanto menos dinheiro for necessário para os mais necessitados comprarem comida, melhor. Claro que a redução foi à custa de uma queda generalizada nas vendas, que obriga o varejo a minorar os preços.

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Só que esta é a lei do mercado. O Dieese já avisou que não será assim por muito tempo, o mês de agosto é mês de entressafra agrícola, e a velha regra da oferta e da procura deve mudar o viés de queda na cesta básica. A tendência, entretanto, é que o aumento não seja tão significativo como em períodos semelhantes, quando o consumo acelerava os reajustes. O consumo menor impedirá um aumento substancial.

E nesse período é fundamental a paciência do consumidor. Pesquisar preços, pechinchar e sair com a melhor oferta será decisivo para que a cesta básica não vire um tormento para as famílias.

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