Buraco estacionado no tempo

Foi no dia 24 de abril que nossa repórter Maria Luiza Piccoli esteve na Rua Helvira Harkot Ramina, famosa pelo prédio que gira, no Mossunguê. Três anos antes, outro evento tornou o local ainda mais marcante para os moradores e usuários da via. Um imenso buraco, capaz de engolir um carro.

Como pode isso? Numa Curitiba com tantos problemas sérios a resolver? “Além de complicar o trânsito, o rombo representa perigo constante para quem trafega por ali a pé, já que ao redor não existe nenhum aviso ou alerta sobre os riscos de circular pelo local”, descreveu a reportagem. A cratera fica no fim da rua, onde também funciona um mirante, com vista para a cidade.

Entrevistados, moradores do local contaram vários registros feitos através do serviço 156 da prefeitura. Além de ofícios encaminhados à administração municipal. Todos sem resposta. “Certamente essa parte da rua vai entrar em colapso se isso não for consertado logo. Não temos como falar num prazo, ou seja, o mirante pode cair a qualquer momento”, alertou o engenheiro Luiz Calhau.

À nossa equipe, a Secretaria Municipal de Obras Públicas explicou, por meio de nota, que já tem em mãos projeto feito pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) para recomposição da parte do mirante que cedeu.

Mas, no dia seguinte, equipes de trabalho do município foram até o local pra isolar a área. Com tapumes instalados no asfalto, impedindo a passagem das pessoas, o problema da segurança está momentaneamente resolvido. A promessa é iniciar as obras num prazo de 70 dias.

Desrespeito

Mas a grande discussão de tudo isso é: Por que é preciso uma matéria na grande mídia pra fazer o poder público se mexer? A cratera está lá há três anos. São quase mil dias sem solução. Essa primeira medida paliativa deveria ter sido tomada quando o primeiro cidadão ligou para o serviço 156 relatando o problema. Inegável que houve tempo suficiente para resolver a questão.

Agora serão mais 70 dias de espera. Fora o prazo da obra. O desrespeito não se corrige mais. Em quantos outros cantos da cidade encontraremos problemas estacionados no tempo?

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