Beto e Osmar se acertam?

Na última quarta-feira, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), esteve em Brasília. Foi à capital federal tratar de assuntos da administração municipal. Mas também foi ao Congresso Nacional. Falou com parlamentares, e pelo menos com um deles conversou reservadamente no gabinete: o senador Osmar Dias (PDT). Ambos postulam – um oficialmente, outro ainda nos bastidores – a candidatura ao governo do Estado. Até onde se sabe, poderão ser adversários, cada um representando um grupo político antagônico (Osmar ao lado do PT, Beto liderando os tucanos). Mas será que é isso mesmo?

A conversa de quarta-feira não foi a única. Não foi a primeira e não será a última. E, novamente, os dois lados se manifestaram como interessados em dialogar sobre a eleição do ano que vem. Não querem, como alguns correligionários, descartar de vez uma união, como a que aconteceu na candidatura de Osmar ao governo em 2006 e na de Beto à prefeitura em 2008. Ambos sabem que precisam estar próximos, pois muita coisa ainda vai acontecer até a definição de quem será candidato.

Até porque eles também sabem que, a rigor, estão mais próximos que distantes. Seria um contrassenso um dispensar o outro a catorze meses da eleição. Foi em Beto que Osmar se apoiou na última eleição para o governo estadual, buscando mais votos em Curitiba. E foi em Osmar que Beto buscou a ajuda para montar a grande aliança que o reelegeu com galhardia no último pleito municipal.

Mas, ao mesmo tempo, é difícil segurar o ímpeto de todos -inclusive deles próprios. É um momento chave para os dois políticos. Osmar sabe que esta talvez seja a última chance para sair candidato, pois uma nova geração chega para disputar os pleitos majoritários. Principal nome desta nova geração, Beto sabe que talvez seja a hora de aproveitar a onda positiva e encarar a campanha.

Se os dois vão sair candidatos ao governo, se irão se enfrentar, ainda é impossível dizer. Da mesma forma que é impossível dizer que Beto e Osmar podem se acertar e montar uma chapa fortíssima. Nenhuma das situações será surpreendente. Por sinal, o que é surpresa na política?

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