O jogo que hoje se joga é rasteiro. Vivemos num país carente de evolução cultural, estrutural e humanitária. Onde a dignidade humana nem sempre é respeitada, enquanto variadas castas usufruem de benesses tremendamente imorais. Onde a carreira pública não passa disso: uma carreira. Pilotada por interesses pessoais e vitórias singulares, em detrimento dos interesses da sociedade. É a regra, com raras exceções.
A missão de mudar isso a cada quatro anos, ou dois, se considerarmos a alternância das eleições, está se tornando inglória. Nesses intervalos, os grupos políticos se armam uns contra os outros. Praguejam doutrinas e planejam o fim do outro. Sem levar em conta que o verdadeiro final dessa história tem o desfalecimento do cidadão de bem no papel principal.
O que você acha dessa história toda de hacker pra lá, invasão de privacidade pra cá, mensagens vazadas acolá?
Há semanas, e já conversamos sobre o assunto aqui, um site tem divulgado a conta-gotas trocas de recados entre o então juiz Sérgio Moro e membros do Ministério Público Federal. O grande público já nem estava dando mais bola pro assunto, quando a Polícia Federal chegou a quatro hackers. Presos, eles também estão, aos poucos, contando como tudo aconteceu.
Os próximos passos da investigação vão demonstrar como se financiou tudo. Mas, independente de qualquer coisa, não há dúvida de que se trata de uma guerra. O objetivo deste lado é fragilizar a ação penal que condenou Luiz Inácio Lula da Silva e, também, o atual governo.
Ao time bolsonarista, por sua vez, falta habilidade pra lidar com o adversário, tática pra se comunicar e agilidade pra tocar projetos mais sérios.
Não é fácil ficar no meio dessa confusão. Estamos todos. Anotem as placas. É necessário que o poder executivo consiga escalar seu time pra atuar em várias frentes. Não dá pra ficar só apagando incêndio.
As autoridades competentes vão esclarecer quem grampeou quem, cumprindo ou não ordens escusas. E os conteúdos desnudados também serão explicados. Mas o país precisa caminhar. E pra frente! Com ou sem hacker.