A recuperação econômica do Brasil é evidente. Ainda não estamos no mesmo patamar de antes do vendaval financeiro internacional (e vai demorar para chegarmos lá), mas a situação é bem mais confortável que há três ou seis meses. Mesmo assim, há reflexos imediatos que ainda não são vistos no Paraná.
Especificamente em Curitiba e na região metropolitana, a construção civil ainda não cresceu no nível nacional. Foi o que relatou o repórter Hélio Miguel na edição de quarta-feira de O Estado: “As vendas do varejo de materiais de construção em Curitiba e região metropolitana não refletiram, ainda, o crescimento nacional, acontecido no setor, nos últimos meses. Enquanto os números da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), que representa 138 mil lojas do setor, indicam um crescimento, em julho, de 4% em relação a junho e 4,5% em relação a julho de 2008, as lojas locais, apesar de ainda não terem os números do mês passado, ainda experimentam queda nas vendas, durante o ano”.
É uma resposta que preocupa. Ao mesmo tempo em que as empresas de construção civil não conseguem emplacar as vendas sonhadas, as pessoas físicas sofrem para planejar reformas ou mesmo a tão esperada construção da casa própria – e não se fala nem em estagnação, mas sim em queda nas vendas. É um avanço em todo o Brasil que não aparece por aqui. Isto significa que ainda não foi possível, para muita gente, retomar a organização financeira que existia há um ano. Sinal de uma retomada econômica ainda lenta no Paraná.
A boa notícia é que o País pode empurrar o Estado. A recuperação é mais sentida em todo o Brasil, e este crescimento – que é alvo de especulações otimistas de economistas – vai melhorar a situação mesmo em estados que não conseguiram avançar nos últimos meses.
E é nesta hora que a construção civil retomará seu ritmo. E o crescimento no setor servirá como o início de um “efeito dominó” em boa parte da nossa economia, que anda carente de boas notícias.
