A matéria é do repórter Roger Pereira, na edição de domingo de O Estado: “As grandes cidades paranaenses receberão, a partir do ano que vem, R$ 371,99 milhões em investimentos federais para obras da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC 2. Sessenta e três projetos paranaenses estão na lista final de obras selecionadas para os municípios que compõem o grupo 1 (capitais, regiões metropolitanas e cidades com mais de 100 mil habitantes). São nove grandes municípios contemplados, além de vários da Região Metropolitana de Curitiba. Publicada no Diário Oficial da União na semana passada, a lista de obras em cidades do grupo 1 que receberão recursos do PAC contém 1.258 obras, com investimento total de R$ 17,27 bilhões (sendo R$ 11,8 bilhões a fundo perdido do Orçamento da União e R$ 5,46 bilhões em financiamentos com recursos do FAT e do FGTS). Os municípios do grupo 2 (cidades entre 50 mil e 100 mil habitantes) e do grupo 3 (menos de 50 mil) ainda estão sendo selecionados. Do Paraná, foram selecionados 24 projetos de habitação (custo total de R$ 53,63 milhões), 19 de saneamento (R$ 58,02 milhões), 13 de pavimentação (R$ 53,23 milhões) e cinco de drenagem (mas com custo total de R$ 207,11 milhões)”.

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A notícia é muito boa. Afinal, serão destinados milhões de reais em obras importantes para as principais cidades do Paraná. Algumas das intervenções federais são importantíssimas, outras são antigas reivindicações da população, e há aquelas que aproveitaram a onda da Copa do Mundo para entrarem na pauta. De qualquer maneira, quem ganha é o Paraná, com a inclusão destas obras no PAC 2.

O interessante na lista de obras, que está na matéria de O Estado, é a opção do governo federal em infraestrutura e nas comunidades mais carentes. Quase um terço do dinheiro a ser investido no Paraná será usado em uma importante intervenção para a contenção de enchentes em Curitiba e Região Metropolitana – e todos sabem que o efeito das chuvas é mais sentido por quem tem maiores dificuldades. Além disso, R$ 12 milhões serão colocados diretamente nas moradias da Vila das Torres.

E enfim se veem mais projetos de saneamento básico. Para os governos, em determinados momentos não é importante colocar dinheiro no setor, porque literalmente ele não aparece. Mas cada centavo que se investe em saneamento é um centavo a menos para ser colocado em construção de hospitais, porque o tratamento de água impede a proliferação de um sem-número de doenças. É uma equação semelhante àquela que indica que cada real que se coloca em educação é um real a menos para se investir em segurança pública.

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A lista das obras do PAC 2 no Paraná mostra exatamente que se compreendeu a necessidade de se investir em infraestrutura. Não é mais possível ver, em um país com as dimensões e com o crescimento econômico do Brasil, gargalos tão impensáveis. Claro que nunca teremos perfeição nos serviços públicos (e o saneamento é um serviço público). Mas sem colocar dinheiro no setor, sem realizar obras de grande porte, não vamos resolver os problemas de quem sofre com a falta de água encanada.

E justamente são os mais carentes que precisam de água encanada, de educação de qualidade, de saúde digna. Se serão eles os principais beneficiados do PAC 2, muito bom. Afinal, é para eles que o Estado tem que trabalhar.

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