São mais de três meses sem avanços significativos. O acidente que matou os jovens Carlos Murilo e Gilmar Rafael, protagonizado pelo ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, segue sem um posicionamento claro por parte dos órgãos de segurança. E, desde a terça-feira, há mais detalhes que provam a imperícia do político – e, a rigor, confirmam no mínimo uma atitude temerária dele ao dirigir embriagado e em alta velocidade.
É o que aponta o inquérito, enfim concluído pela Polícia Civil. A repórter Mara Andrich contou na edição de ontem de O Estado: “O inquérito concluiu que o veículo do parlamentar – um Passat Alemão – estava a 167 quilômetros por hora (km/h) na momento do acidente. O ex-deputado foi indiciado, em junho, por duplo homicídio com dolo eventual, ou seja, quando a pessoa assume o risco de produzir o efeito. (…) Alguns pontos relacionados à noite do acidente ainda não foram esclarecidos mesmo com a finalização do inquérito, como o trajeto feito pelo parlamentar do restaurante onde jantou até o local dos fatos; o porquê que os radares da região não flagraram o Passat; e, ainda, a confirmação se as imagens da câmera do posto de gasolina do local foram ou não adulteradas”.
Bem, a principal prova está escancarada. E é oficial. Se não estava a 191 km/h, como apontou uma perícia paralela, o carro do deputado estava a ainda imorais 167 km/h. Para exemplificar quão alta é essa velocidade, este é o limite para quem anda nas organizadas, vigiadas, sinalizadas e conservadas autoestradas da Alemanha. Em pistas que tem cinco ou seis faixas para cada mão. E não em vias públicas, em horário impróprio e sem respeitar as normas de trânsito. E muito menos sob efeito de bebidas alcoólicas.
O ex-deputado cometeu delito, o que não há como negar. Por isso, será feita denúncia por parte da Justiça. E a sociedade continuará vigilante, porque ninguém admite que este caso, pelo vulto que teve e pelo exemplo que pode representar, “termine em pizza”. Chegou a hora do Paraná ser de novo exemplo para o resto do País.
