Em consonância com o estilo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os líderes do PT no Paraná estavam “costurando para dentro”. Negociam, há um bom tempo, nos bastidores, a possibilidade do senador Osmar Dias (PDT) ser o candidato da coalizão oficial para o governo do Estado. Seria o palanque ideal, na visão do partido e do presidente, para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, postulante petista à presidência da República nas eleições gerais do ano que vem.

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Mas o namoro entre PT e PDT no Paraná é complicado. Há outros agentes no caminho, quase todos eles nada interessados no desfecho “feliz” desta negociação. De um lado, o PMDB do governador Roberto Requião, que quer aliança com Lula, mas não aceita Osmar. De outro, o PSDB do senador Alvaro Dias e do prefeito de Curitiba Beto Richa, ambos sonhando com o PDT e com uma desistência de Osmar e consequente candidatura à reeleição no Senado.

Os petistas, enfim, resolveram falar alto. Na edição de terça de O Estado, a repórter Elizabete Castro contou essa história: “O deputado federal André Vargas (PT) cobrou um passo à frente do senador Osmar Dias em direção a um acordo com o PT. Em visita à Assembleia Legislativa, Vargas disse que a decisão do PSDB de assumir que tem dois pré-candidatos ao governo pode aproximar Osmar de uma composição com o PT, mas que esse processo não é automático. Para Vargas, Osmar tem que dar um sinal mais visível do seu interesse em ser candidato ao governo numa aliança com o PT. “Política é feita de sinais concretos. Não de sinais dúbios. O que pensa o senador Osmar Dias?’, questionou o petista”.

Protagonista da eleição de 2010 desde 2006, quando perdeu por ínfima diferença de votos o cargo de governador para Roberto Requião (PMDB), Osmar Dias não parece mais ter controle total sobre seu destino. Dependesse unicamente dele, o senador montaria um grande arco de alianças e seguiria o rumo para uma fácil eleição. Mas a vida não é só o que pensamos. E a pressão dos petistas mostra que Osmar terá que administrar situações inesperadas a partir de agora -e até o final da campanha eleitoral, em outubro do ano que vem.

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