O PSDB do Paraná está agitado. As pesquisas de intenção de voto para o governo que se sucedem, as conversas de bastidores sobre futuras candidaturas e a indecisão sobre quem será o próximo presidente do partido deixam o ninho tucano em polvorosa. O que é surpreendente quando se pensa que o partido surge como grande favorito às eleições de 2010 no Estado, e até onde se sabia havia uma unidade garantida entre seus principais nomes.

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Era natural o interesse de mais de um político para sair candidato ao governo do Paraná. O senador Alvaro Dias, com a experiência de já ter governado o Estado, e com os quase vinte anos em Brasília, seria um pré-candidato óbvio em qualquer partido, e também o é no PSDB. Assim como o prefeito de Curitiba, Beto Richa, que está apoiado em uma administração popular e, principalmente, nos quase 80% de votos que teve na reeleição para a prefeitura, no ano passado.

O que é incrível nesta história é que as negociações internas não conseguem aplacar a disputa. Apesar de ninguém se manifestar claramente, há um distanciamento. Que é visto quando são divulgadas as pesquisas – uma favorecendo Beto Richa, outra favorecendo Alvaro Dias. E também quando se analisa a possibilidade de prorrogação do mandato do deputado estadual Valdir Rossoni como presidente do partido no Paraná. Rossoni se firmou como líder tucano e como forte oposicionista ao governador Roberto Requião (PMDB). Comandando o PSDB, tende a apoiar Beto, e Alvaro não gostou. Criou-se um impasse que chegou ao diretório nacional.

O que os tucanos não podem esquecer é que uma disputa, mesmo que de bastidores, não pode “rachar” o partido a pouco mais de um ano para as eleições gerais. Uma candidatura forte não se faz apenas de um nome de peso, mas de uma chapa fortalecida (com bons candidatos ao Senado, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa) e de apoio irrestrito. Seja quem for o candidato do PSDB, ele precisa sair do ninho com todos a seu lado. Mesmo aqueles que, porventura, saiam derrotados da disputa interna.

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