Curitiba está carente de bons locais para shows e eventos de porte. A discussão se acirrou nesta semana com dois fatos. O primeiro foi o anúncio do preço dos ingressos para o show de comemoração dos cinquenta anos de carreira de Roberto Carlos. Os shows acontecem em outubro, no Teatro Positivo, e quem quiser assistir terá que pagar entre R$ 400,00 e R$ 1.200,00, valores completamente fora dos padrões – até mesmo de grandes espetáculos internacionais que aconteceram no mesmo palco.

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O segundo foi a tentativa da Fundação Cultural de Curitiba em liberar a Pedreira Paulo Leminski. O assunto foi tratado na edição de quarta de O Estado pelo repórter Newton Almeida: “Uma lista de adaptações e regras está sendo sugerida pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC) ao Ministério Público Estadual (MPE), como tentativa para fazer com que a Pedreira Paulo Leminski, no bairro Pilarzinho, volte a receber grandes eventos culturais. (…)

A Pedreira está impedida de promover eventos desde março de 2008, quando uma liminar foi concedia em favor de uma solicitação do MPE por conta do impacto sonoro causado pelos eventos. (…) Entre as medidas estaria o horário limite das apresentações até às 23h, a restrição do número de bandas em no máximo três para cada evento, a proibição de shows em dias seguidos, além da definição de espaços destinados para estacionamento”.

As duas situações se cruzam. Por que Roberto Carlos é tão caro para os curitibanos? Porque não há, na capital do Paraná, nenhum espaço que permita o acesso de mais de 2.500 pessoas – quer dizer, há os estádios de Atlético e Coritiba, mas estes raramente são usados em shows, como no evento que comemorará os cem anos do Coxa, em setembro. Em Porto Alegre e São Paulo, havia ingressos a preços bem mais populares. E mais de cem mil pessoas viram o Rei ao vivo. Aqui, não serão cinco mil ao todo.

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É preciso reabrir a Pedreira Paulo Leminski. Com regras, claro. Com normas, certamente. Mas com música, pois aquele é o espaço mais apropriado em Curitiba para grandes eventos artísticos.