A máxima “quem não deve, não teme”, nem de longe, poderia servir pra Michel Temer se achar no direito de permanecer no comando do país. Não há condições e, a cada dia que passa, o sangrar excessivo mergulhará a nação num poço sem fundo. Mas, pior, o presidente deve sim. Na melhor das hipóteses, pra ele, prevaricou. Crime, portanto. A grandeza, neste caso, seria sair de cena.

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A prevaricação aparece de forma clara em pelo menos dois momentos. Primeiro, no mais badalado deles, até então. O dono da JBS, Joesley Batista, aparece em gravação dizendo que estava atuando para manter o ex-deputado Eduardo Cunha calmo, claramente para evitar que ele se torne um delator da Lava Jato. Ao que Temer responde: “Tem que manter isso, viu?”

Posteriormente, em outros episódios, o barão da carne desnuda com desfaçatez o fato de ter comprado um procurador de República e ainda manter forte pressão para evitar que juízes atuem com mais firmeza em seus casos particulares. Michel respondeu: “Ótimo!”

Obrigação

Pode o presidente do Brasil ouvir esses dois relatos criminosos e não agir? Não! Muito menos elogiar ou estimular tais ações. Ele pode até dizer que não deu ordem para comprar magistrados, tampouco financiar o silêncio do profético Cunha. Mas o que todos nós gostaríamos de ter ouvido nesses registros de áudio era Temer dando uma baita bronca em Joesley, pra depois determinar firme ação das forças oficiais contra todo o esquema.

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Sem contar que Rodrigo Rocha Loures, deputado federal filmado carregando mala com meio milhão de reais, é seu braço direito. Grana rastreada, mochila com chip. Não há o que justificar.

Ainda dá tempo, Temer. Sem sofrimentos.

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