Odair Albano, é administrador em saúde.

No dia 26 de abril começou oficialmente, em todo o País, a vacinação contra a gripe para idosos. Hoje, aproximadamente, 19 milhões de brasileiros têm mais de 60 anos. Quando se avalia o aumento da longevidade e as conquistas da medicina moderna, um avanço, em especial, é lembrado, a imunização pela vacinação, que vem impedindo a morte de milhões de pessoas em todo mundo.

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Essa epopéia começou há mais de 200 anos na Inglaterra, quando o médico Edward Jenner observou que as mulheres que ordenhavam vacas eram imunes à varíola, doença grave e muitas vezes fatal. Ele constatou que, de alguma forma, o contato com o animal doente poderia evitar a varíola humana.

A idéia foi difundida pelo mundo, entretanto, o reconhecimento pela descoberta só ocorreu cem anos após, quando Pasteur desenvolveu a técnica e chamou-a de vacinação, em sua homenagem, porque ele empregara a varíola humana (vaccinia, em latim) nas pesquisas.

A disseminação desse conhecimento provocou o desenvolvimento de pesquisas que resultaram na descoberta de novas vacinas, que utilizaram microorganismos mortos ou atenuados e, mais recentemente, parte da estrutura deles, para provocar a estimulação do organismo na produção de anticorpo.

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A imunização por vacina é uma forma segura de prevenção de doenças infecciosas. Segundo a OMS, muitos foram os avanços conseguidos para a saúde publica com o aumento da imunização, mas dois se destacam: a erradicação da varíola em todo mundo e da pólio no ocidente.

Nos Estados Unidos perto de 70 mil pessoas morrem anualmente por doenças que poderiam ser evitadas pela vacinação. Destas, 95% são idosos vítimas de complicações causadas por influenza (gripe) e pneumococos (pneumonia). No Brasil em 2007, ocorreram mais de 70 mil óbitos por doenças respiratórias, em pessoas maiores de 60 anos.

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A influenza é uma das doenças respiratórias mais freqüentes na população. Os vírus sofrem mutações e tem a peculiaridade de se propagar rapidamente, causando epidemias. No último século, ocorreram três em escala mundial, responsáveis por mais de 50 milhões de mortes: a Gripe Espanhola (1918), a Gripe Asiática (1957) e a Gripe de Hong Kong (1968).

A vacina contra gripe é produzida com vírus mortos, sem risco de provocar a doença. Ela é modificada a cada ano e utiliza três novas cepas dos vírus de maior circulação. A ação efetiva ocorre após duas semanas da aplicação, tem boa eficácia e pode ser administrada em pessoas de qualquer idade, a partir dos seis meses, de preferência nos meses de abril e maio. São poucas as suas contra-indicações e raras as reações adversas de febre baixa, mal estar e dor muscular.

No Brasil as campanhas de vacinação contra a gripe seguem as recomendações da OMS de priorizar os idosos. Isto porque eles são mais vulneráveis à gripe e propensos a sofrer complicações, como pneumonia ou agravar outras doenças.

Importante ressaltar que todos os idosos devem ser vacinados, mesmo os portadores de doenças crônicas, como o câncer. Sendo os benefícios da vacinação inegáveis, com reduções de 90% no risco de gripe, 60% nas internações hospitalares e de 80% nos óbitos por doenças respiratórias.

Então, se você tem mais de 60 anos, não deixe de se vacinar. Procure até o dia 9 de maio o posto de saúde mais próximo da sua casa.