Aproximadamente 300 mil brasileiros morrem anualmente vítimas de doenças cardiovasculares. São 820 mortes por dia, 30 mortes por hora, uma morte a cada dois minutos. Mesmo pacientes em tratamento entram neste grupo de risco, porque em alguns casos não são respeitadas as metas toleráveis de colesterol, com base em evidências e estudos científicos internacionais.

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Na última sexta-feira, foi lembrado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol. Uma data que serviu deixar um importante alerta: o de que muitos “achismos” podem ser fatais. Ou seja, não se pode contrapor ao que comprovam pesquisas e estudos sobre a importância do controle rigoroso das taxas do LDL, o chamado colesterol ruim. Isso contribui para “mascarar” uma epidemia silenciosa – especialmente se o paciente apresentar outros fatores de risco.

Esse controle rigoroso sobre o colesterol é o principal objetivo a ser alcançado no tratamento das dislipidemias, porque essas alterações na concentração das gorduras circulantes no sangue é que predispõem ao aparecimento da aterosclerose (depósitos de placas de gordura ou ateromas na parede das artérias).

A redução das taxas de LDL em pacientes de alto risco previne efetivamente a incidência de eventos vasculares de caráter obstrutivo. Além disso, a cardiologia atual dispõe de recursos terapêuticos práticos, bem aceitos, comprovadamente eficazes baseados nas estatinas, sequestrantes de ácido biliares e ezetimiba.
No entanto, nos pacientes portadores de obesidade abdominal, um dos componentes da chamada síndrome metabólica que, mesmo com taxas de LDL colesterol dentro ou próximo dos limites da normalidade, sofrem de duas alterações que não podem ser negligenciadas. Uma delas está relacionada aos níveis de triglicerídeos, que devem permanecer abaixo de 150 mg/dl e a outra é a taxa de HDL, o colesterol bom – associado a um menor risco de doenças do coração – que devem estar acima de 40 mg/dl para homens e 50 mg/dl para mulheres.

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Esses dois marcadores ganham especial relevância para o desenvolvimento da doença arterial coronariana. Na realidade, níveis baixos do “bom” colesterol representam um significativo fator de risco, mesmo em pacientes com taxas baixas de “mau” colesterol.

Pacientes portadores de outros fatores de risco como tabagismo, hipertensão, estresse psicossocial, sedentarismo, alcoolismo e, principalmente, o diabetes, devem ter como objetivo primário manter o LDL colesterol abaixo de 100, independente da idade ou sexo.

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Entre os pacientes diabéticos (mesmo aqueles com menos de 40 anos de idade e sem doença cardiovascular), deve-se manter o LDL colesterol abaixo de 100 mg/dl. Pacientes com doença cardiovascular prévia, ou seja, de alto risco, devem manter seu LDL colesterol abaixo de 70 mg/dl.

Para atingir tais metas, na maioria das vezes, além de mudanças de hábitos de vida, como dietoterapia e exercícios físicos, é recomendado o uso de estatinas em altas doses combinadas ou não com outras terapêuticas que mantém esses marcadores longe da taxa de risco.