Existe uma máxima na faculdade de medicina que diz que as mulheres vão ao médico e os homens morrem. Claro que é uma piada, mas reflete um pouco o que acontece na vida real. Por questões culturais, o homem se considera um super-homem, que seu organismo resistirá ao tempo. Acredita que a doença não chegará a ele e, por isso, não crê em prevenção.

continua após a publicidade

Desde menino, ele ouve falar que homem não chora, não faz manha, não adoece. Por isso, cuidar da saúde significa admitir fraqueza. Com essa mentalidade, o representante do sexo masculino se esquece do papel fundamental que ele exerce dentro da sua família e da importância de se manter saudável e vivo.

Essa falta de cuidado com a sua saúde pode ser comprovada por estatísticas sobre as proporções de consultas e das diferenças de expectativa de vida entre os sexos. Dados do Datasus apontam que, para cada oito consultas ginecológicas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) apenas uma delas é urológica.

As mulheres, desde meninas vêem suas mães irem ao médico e copiam o comportamento. Os homens não. Eles só buscam os hospitais para se internar e isso gera custos para o sistema de saúde, além de problemas emocionais para ele e sua família.

continua após a publicidade

A negação dos homens em procurar ajuda médica dificulta a prevenção de doenças, estimula a automedicação e as soluções caseiras, que podem acelerar o desenvolvimento de doenças tratáveis. Dados do Ministério da Saúde informam que a mulher brasileira vive, em média, seis a sete anos a mais do que os homens.

A taxa de mortalidade masculina é maior do que a feminina em todos os grupos de idade e alguns fatores apontam para essa realidade. Entre as causas de óbito por fatores externos – violência, acidentes e doenças diversas – está a falta de acompanhamento médico.

continua após a publicidade

O Ministério da Saúde está implantando uma Política Nacional para a Saúde do Homem, plano que está sendo totalmente apoiado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com seu “Movimento pela Saúde Masculina”, uma carreta-consultório que está viajando por várias cidades do país.

O homem precisa cuidar de sua saúde. Precisa fazer controle e a prevenção de doenças cardíacas, das ligadas ao metabolismo (como diabetes) e das urológicas, em que se enquadram os distúrbios da próstata e questões ligadas à sexualidade, como a disfunção erétil e a andropausa, tão importantes para a manutenção de uma boa qualidade de vida.

Talvez muitos homens nem saibam, por exemplo, o que é a próstata, mas, certamente, já ouviram falar do tão temido exame de toque retal – o mais eficiente para detectar o câncer. Esse preconceito tolo sobre o exame se transforma em mais uma barreira para uma tranquila relação dos homens com os médicos.

Para acabar com esse tabu é difícil. É preciso educação e orientação. Atualmente, um em cada 18 homens tem câncer de próstata, uma doença com 80% de chance de cura se detectada no início – com a ajuda dos exames de toque e de sangue, conhecido por PSA. Se o câncer for diagnosticado precocemente, as chances de cura chegam a 80%. Cuidar da saúde é ou não é coisa de homem?