Qualquer intervenção preventiva é aquela que tenta antever e realizar ações para evitar possíveis situações prejudiciais à saúde do colaborador, mas muitas delas não trazem o efeito esperado. Muitas empresas, na ânsia de prevenir e dar qualidade de vida aos seus colaboradores, atropelam alguns critérios importantes, ou seja, investem muito dinheiro e obtêm pouco resultado.
Inicialmente, qualquer empresa que queira realmente melhorar a qualidade de vida dos seus colaboradores deve estar aberta a ouvir sua equipe. É necessário dar ao indivíduo a possibilidade de expor suas queixas sem medo de perseguições futuras. Fortalece-se, dessa forma, uma relação de trabalho confiável e saudável.
Após abrir esse canal de comunicação, a empresa deverá fazer um levantamento criterioso dos problemas, verificando a sua real existência e suas incidências. Uma vez realizado esse reconhecimento, deve-se levantar os problemas mais comuns e fazer um estudo individualizado para descobrir se estão relacionados às rotinas de trabalho de cada um, sendo importante, nessa fase, o auxílio de profissionais especializados.
Para um trabalho de prevenção eficaz, deve ser feito um estudo das condições de trabalho, considerando fatores que, em geral, levam a problemas físicos relacionados a diversos fatores: biomecânicos (equipamento, repetitividade, força empregada nas tarefas, posturas inadequadas, vibração e compressão); psicossociais (estresse, conflitos de relacionamento); de organização do trabalho (ritmo acelerado, prêmios por produtividade, horas extras, trabalhos repetitivos ou monótonos e ausência de pausas); ambientais (iluminação, ruído, temperatura, equipamentos inadequados e mobiliário sem especificações ergonômicas). A junção negativa de cada um desses fatores resulta numa péssima qualidade de vida dos colaboradores, ocasionando sérios problemas de saúde ocupacional.
Depois desse levantamento e análise, deve-se, primeiro, eliminar os fatores de risco, protegendo os colaboradores. Isso pode ser feito, muitas vezes, com orientações sobre o uso de equipamentos adequados e da forma de trabalho.
Em seguida, deve-se investir num mecanismo de defesa e preparo para a função, adaptando posto de trabalho e indivíduo. Em geral, o trabalho é realizado para anular os fatores citados e só após isso começa o investimento em programas de atividades físicas que visam prevenir ou compensar esforços lesivos. Um programa bem-feito e aplicado na hora certa eleva, em muito, a qualidade de vida da força de trabalho, a produtividade da empresa e também sua imagem perante a comunidade.
A empresa que quiser contar com uma boa equipe, com bons índices de produtividade e com investimentos válidos nessa área deverá começar por conhecer a si mesma. É preciso entender todas as suas necessidades e, por fim, direcionar seus esforços seguindo critérios confiáveis e guiados por bons profissionais de saúde envolvidos em todo o processo.